
68,1% das empresas brasileiras estão nas redes sociais, segundo pesquisa da KPMG Internacional. O Brasil é o quarto país nesse ranking, atrás de China, Estados Unidos e Índia.
Elas já conquistaram o coração de meio mundo, mas ainda não figuram entre os espaços mais disputados para veicular os anúncios publicitários tradicionais. As redes sociais devem receber neste ano 6% dos recursos destinados à publicidade na internet, segundo Anne Matoso, gerente de mídia da agência Somark, de Curitiba. A reticência do mercado em aderir à modalidade pode estar ligado a um fenômeno típico dos dias atuais: a dificuldade em transformar popularidade em dinheiro.
Nas redes sociais, não se vê um volume expressivo de anúncious. Esses espaços, na verdade, são ideais para empresas que desejam construir um relacionamento com o público, compartilhar informações e oferecer aplicativos que sejam úteis, afirma Anne. Para ela, é fundamental entender que uma rede social exige atenção e disposição para confornar problemas.
Essa possibilidade de interação é a principal vantagem para alguns, mas, para outros, é o grande problema das redes. Roberto Souza, diretor executivo da Joy! Agência, de Curitiba, é resistente ao uso das redes sociais para fazer publicidade. "Elas geram audiência, mas não geram retorno", resume. Segundo ele, esse é um meio de extrema exposição e quem entra deve estar preparado para lidar com as críticas e gerenciar as crises.
A dificuldade de tirar dinheiro das redes afeta até mesmo os gigantes do setor. A principal razão da queda nos preços das ações do Facebook (39,5% desde a oferta pública inicial, em 17 de maio) é a dificuldade de transformar audiência em lucro. No segundo trimestre deste ano, a companhia teve prejuízo líquido de US$ 157 milhões.
Experiência
Nada disso assustou a rede de salões de beleza Lady&Lord, de Curitiba, que se rendeu ao Facebook e ao Twitter há um ano e meio, conta Izabelle Lacerda, analista de marketing. "Temos uma fan page com 3.440 pessoas e mais 1.810 seguidores no Twitter. Trabalhamos com estratégia de comunicação e fazemos promoções". Quem cuida da presença do salão nas mídias sociais é ela e uma estagiária, Carolina Marques.
De acordo com Izabelle, a empresa tem tido bons resultados e poucos problemas. As eventuais reclamações, completa, são contornadas com técnicas de gerenciamento de crise. A rede de salões de beleza Lady&Lord tem dez unidades em Curitiba e Maringá (PR), Florianópolis (SC) e Palmas (TO).
Antônio Borba, diretor executivo da Magic Web Design, garante que os anúncios nas redes sociais "podem ser bastante efetivos se bem planejados". Ele ressalta a vantagem adicional de permitir maior controle sobre a escolha do público alvo, definindo dados demográficos e preferências.
O CEO da Redirect, provedor de soluções digitais, Rodrigo Turra, diz que os anúncios precisam ter relevância e gerar engajamento. "Uma empresa que não tem relacionamento com cliente, só fala sobre seus produtos e não considera opiniões não vai ter nas redes sociais o ambiente correto para as suas ações".
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