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Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho de administração da Nissan | Junko Kimura-Matsumoto/Bloomberg
Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho de administração da Nissan| Foto: Junko Kimura-Matsumoto/Bloomberg

A promotoria japonesa apresentou novas acusações contra Carlos Ghosn, ex-presidente do conselho da Nissan e que está preso em Tóquio desde 19 de novembro.

 O executivo foi agora acusado de reduzir suas declarações de rendimentos financeiros entre 2015 e 2018 e de abuso de confiança.  Pela legislação do Japão, um suspeito pode ficar preso até 20 dias sob o argumento de não atrapalhar as investigações.  Porém, se há nova acusação, o tempo começa a contar novamente. 

 Essas novas acusações também envolvem Greg Kelly, braço direito de Ghosn liberado sob fiança em 25 de dezembro, e a própria Nissan, por suspeitas de ter dissimulado os valores pagos ao executivo. 

 Os executivos e a empresa já haviam sido acusados em dezembro sob suspeita de dissimulação de ganhos em anos anteriores. 

 Após a nova acusação, o advogado de Ghosn afirmou que pedirá a liberdade do executivo sob fiança. 

 Pela legislação japonesa, suspeitos podem ficar presos sem possibilidade de pedir liberdade sob fiança enquanto promotores investigam o caso. Uma vez que a acusação é formalizada, os advogados podem entrar com pedido de de soltura. 

 Na quarta-feira (9), o Tribunal Distrital de Tóquio havia rejeitado um pedido de liberdade de Ghosn feito por sua defesa. 

 Na quinta-feira (10), advogados de Ghosn, que tem nacionalidades brasileira, francesa e libanesa, também se queixaram de terem sido impedidos de ver seu cliente pela Justiça japonesa. 

 Segundo a família de Ghosn, o executivo foi diagnosticado com febre alta. 

 No início desta semana, Ghosn apareceu em público pela primeira vez desde a prisão e afirmou ser inocente, em uma audiência judicial. 

 A Nissan ampliou a investigação sobre Ghosn para incluir negócios no Brasil, nos EUA e na Índia, disseram pessoas com conhecimento do assunto à Reuters. 

 No Brasil, a investigação avalia o que parecem ser pagamentos excessivos para os serviços de guarda-costas de Ghosn, segundo pessoas próximas a montadora japonesa ouvidas pela agência de notícias. 

 O advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, não se pronunciou. Um representante do executivo nos EUA também se recusou a comentar o assunto. 

 Os negócios de Ghosn nos EUA foram compartilhados com procuradores japoneses. Os promotores de Tóquio se recusaram a comentar o caso. 

 A Nissan informou que sua investigação interna descobriu "evidência substancial e convincente de má conduta" por Ghosn e que seu escopo está se expandindo. 

 Investigadores da Nissan estão examinando outras decisões de revendedores em vários países onde Ghosn atuou para ver se houve algum desvio de conduta. 

 Uma fonte também disse que a Nissan está conduzindo auditorias de alguns parceiros de distribuição no Oriente Médio.

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