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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu mais do que o esperado em 2016, encadeando o segundo ano consecutivo de retração. A queda de 3,6%, divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (7), veio na sequência do recuo de 3,77% registrado em 2015. O mercado esperava uma queda de 3,5%.

O último trimestre de 2016 surpreendeu negativamente. Analistas esperavam um recuo de 0,6% na comparação com o terceiro trimestre, mas a queda foi de 0,9%. O Brasil encadeou 11 trimestres seguidos de recuo no PIB. Esta é a sequência mais longa de retração da série iniciada em 1996 pelo IBGE. É também provavelmente a maior recessão já vivida pelo país na história, sendo comparável apenas à depressão que veio depois da crise de 1929.

GRÁFICO: Veja como foi o PIB em 2016

Na série de crescimento econômico do IBGE, iniciada em 1948, foi a primeira vez que houve dois anos seguidos com queda anual do PIB, segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Segundo Rebeca, com a queda de 7,2%, é possível dizer que a recessão atual é a pior desde 1948. A pesquisadora relutou em afirmar que se trata da pior recessão da história, por causa da falta de dados sobre antes de 1948.

Ainda conforme os cálculos do IBGE, o PIB encerrou 2016 no mesmo nível do terceiro trimestre de 2010. “É meio como se estivesse anulando 2011, 2012, 2013, 2014, que tinham sido positivos”, afirmou Rebeca.

Setores

Segundo o IBGE, o PIB da indústria caiu 3,8% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, o PIB da indústria caiu 0,7% ante o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o PIB da indústria mostrou queda de 2,4%.

O PIB de serviços, por sua vez, caiu 2,7% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, recuou 0,8% contra o terceiro trimestre do ano. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o PIB de serviços mostrou queda de 2,4%.

Já o PIB da agropecuária teve declínio de 6,6% em 2016 ante 2015. No quarto trimestre de 2016, o PIB da agropecuária subiu 1% contra o terceiro trimestre. Na comparação com o quarto trimestre de 2015, o PIB da agropecuária mostrou queda de 5%.

Demanda

No lado da demanda, a contração dos investimentos continuou a ser o principal fator por trás do recuo da produção. No ano passado, a formação bruta de capital fixo, que reflete os investimentos feitos no país, caiu 10,2%. No quarto trimestre, o recuo foi de 5,4% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

O consumo das famílias caiu 4,2% no ano, com um recuo de 2,9% no quarto trimestre, na comparação com o mesmo período de 2015. Os gastos do governo caíram bem menos: 0,6% no ano e 0,1% no trimestre.

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