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O Fundo Monetário Inter­nacional (FMI) vai divulgar até o fim deste mês os critérios para a inclusão de novas moedas na cesta que compõe os Direitos Especiais de Saque (SDR, na sigla em inglês), afirmou uma alta fonte do fundo. Esse é o primeiro passo para que moedas de países como o Brasil e a China façam parte da cesta do SDR, hoje privilégio apenas de Estados Unidos, Japão, zona do euro e Reino Unido.

"Existe já há algum tempo uma expectativa de que a cesta precisa ser ampliada em algum momento, e as moedas de países emergentes seriam as candidatas mais lógicas a serem incluídas na nova cesta", disse a fonte. "A publicação dos critérios não pretende descartar ou automaticamente incluir essa ou aquela moeda, mas esclarecer os requisitos que uma moeda terá de atender para a sua inclusão", acrescentou.

O SDR é o ativo de reserva internacional emitido pelo FMI e que foi criado em 1969 para suplementar as reservas oficiais dos países membros e cujo valor reflete uma cesta de moedas composta hoje apenas pelo dólar americano, o iene, a libra esterlina e o euro. Na prática, o SDR é a moeda do FMI. Com a participação cada vez maior de países emergentes no crescimento da economia mundial, como a China e o Brasil, vem aumentando a pressão para que a cesta do SDR seja ampliada e seu valor reflita também a variação de moedas como o iuan chinês e o real brasileiro. Contra a inclusão dessas moedas emergentes está a visão de alguns diretores do FMI de que ampliar a cesta para incluir moedas que não são totalmente conversíveis poderá reduzir a atratividade do SDR.

Composição

A cesta do SDR tem a sua composição revisada a cada cinco anos. A última revisão, em novembro do ano passado, manteve a composição com as quatro moedas, apenas alterando o peso delas na cesta. O dólar americano e o iene tiveram seu peso reduzido; o do euro e da libra esterlina subiram; a moeda norte-americana ainda é predominante, com participação de 41,9%.

Além da revisão da cesta, está em curso ainda uma discussão sobre um novo papel que o SDR deveria desempenhar no sistema monetário internacional a exemplo da emissão de bônus pelo FMI denominados em SDR, disse a fonte. Na última reunião do G-20 em Cannes, na França, vários governos de países emergentes discutiram a possibilidade de pedir ao FMI que emita mais SDR como forma de ajudar no socorro à zona do euro, injetando recursos no Fundo de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês). Especulou-se, durante o encontro do G-20, que o FMI poderia emitir até US$ 250 bilhões e utilizar parte desse valor para fortalecer o EFSF, mas nada de oficial foi decidido a respeito até o momento.

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