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Os cortes de produção já anunciados pela Vale nas unidades de pelotas e minério de ferro vão reduzir a receita da companhia brasileira em quase US$ 600 milhões por mês. O cálculo é do analista Rodrigo Ferraz, da Brascan Corretora. Até o momento, lembra ele, a Vale já paralisou atividades em quatro pelotizadoras, que juntas representam 65% de sua capacidade produtiva no segmento. Com esses ajustes, o faturamento tende a encolher mensalmente US$ 383 milhões. Já a diminuição em 30 milhões de toneladas na produção de minério de ferro vai custar ao caixa da companhia cerca de US$ 200 milhões por mês.

Segundo Ferraz, somente daqui a cinco meses todas pelotizadoras da Vale devem ter voltado a operar. Mas, destaca, em um ritmo bem mais fraco. O analista ressalta que a pelota é um produto mais caro e que tem como objetivo principal acelerar a produtividade do alto-forno. Como a demanda caiu drasticamente e as siderúrgicas estão também cortando produção, a demanda por pelotas despencou.

Para Ferraz, os ajustes feitos até o momento na capacidade produtiva da Vale não têm como objetivo impedir uma queda nos preços em 2009. Em sua avaliação, os cortes são apenas reflexos da rápida mudança no cenário internacional, que vinha operando extremamente aquecido. No início do ano, as mineradoras conseguiram reajustar seus preços entre 65% e 100%.

Já o analista Pedro Galdi, da SwL Corretora, observa que a definição dos preços para 2009 vai refletir o nível dos estoques mundiais. Hoje, os principais mercados consumidores, entre eles, a China, estão operando com estoques muito elevados. "A demanda está literalmente paralisada. A Vale cortou produção porque não tem mais como acumular estoques", diz.

Galdi acredita que os ajustes já anunciados pela a companhia brasileira e outras mineradoras estrangeiras vão ajudar a equilibrar o mercado no médio prazo. "Quanto mais rápido se consumir os estoques, mais rápido a situação caminha para o equilíbrio", afirmou.

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