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Apesar de fazer parte do dia-a-dia da grande maioria dos brasileiros, a dificuldade de equilibrar ganhos e despesas tem uma explicação bastante simples para os economistas: a falta de hábito de anotar todos os gastos. É por isso que a primeira orientação dos especialistas em finanças pessoais para quem quer organizar o orçamento familiar é comprar um bloquinho e anotar toda e qualquer compra.

"Se você não registra, não sabe para onde está indo seu dinheiro e em que tipo de coisa está gastando demais", explica a economista doméstica Marise Euclides Faigenlum.

Por causa disso, o consumidor tem por um tempo a falsa noção de que está ganhando mais do que gasta. "Mas não tenha a menor dúvida de que depois você vai pagar por essa diferença", segundo o professor Jurandir Sell de Macedo, doutor em finanças comportamentais. As famílias brasileiras gastam, em média, 12% do que ganham com o pagamento de juros. "Ou seja, gastam com uma despesa que não traz felicidade nenhuma", aponta ele.

Estabelecido um controle, é possível identificar os desperdícios e, principalmente, se planejar. "Você pode programar a troca de um carro ou uma viagem em família no fim do ano. Consumir não é um problema. Mas o controle ajuda a gastar com o que realmente traz satisfação na vida."

A funcionária pública Malu Prado confirmou a teoria colocando em prática a orientação de tomar nota de todas as despesas. "Enquanto você não coloca tudo no papel, compra com a idéia que depois dá um jeito de pagar", diz. "Mas com o controle, você passa a se perguntar sempre antes de cada compra se ela é realmente necessária."

Com o marido desempregado, Malu é responsável atualmente por todas as contas da casa onde mora com ele e o filho. "Nunca sobrava dinheiro no fim do mês. Depois de 30 dias já reduzi a dívida com o cheque especial. Estou aprendendo a me organizar e viver dentro da minha receita", comemora.

Pé de meia

Independente do tamanho da renda, um item é fundamental neste planejamento: poupança. Segundo Macedo, apenas um em cada seis brasileiros é poupador. Ou seja, a grande maioria das pesoas não se preocupa com a aposentadoria ou com uma reserva para eventualidades. "Mesmo começando com pouco, é preciso começar o quanto antes."

O tamanho dessa poupança, segundo o professor, deve ser proporcional ao salário e às pretensões do poupador. Uma poupança de R$ 10 mil, por exemplo, seria suficiente para sustentar um trabalhador que ganha um salário mínimo por quase 30 meses. "Mas para quem ganha R$ 20 mil, ela não é suficiente nem por 15 dias", calcula.

Serviço: A Secretaria do Abastecimento da Prefeitura de Curitiba está promovendo cursos de economia doméstica. Os interessados devem procurar as Ruas da Cidadania ou as Administrações Regionais dos seus bairros.

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