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Clientes e funcionários foram surpreendidos pelos fechamentos. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Clientes e funcionários foram surpreendidos pelos fechamentos.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O fechamento de pelo menos 11 lojas do grupo Walmart no Paraná, no fim de dezembro, deve abrir espaço para as redes varejistas regionais, como Muffato e Condor, se fortalecerem no cenário estadual. A empresa norte-americana encerrou as atividades em cerca de 30 lojas em sete estados brasileiros a poucos dias da virada do ano.

Briga boa

As redes paranaenses Muffato e Condor disputam cabeça a cabeça o mercado no estado e desde 2013 já trocaram de posição duas vezes no ranking do segmento, elaborado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Com faturamento de R$ 3,7 bilhões e 41 lojas, o grupo de Cascavel ocupa a sexta posição. O curitibano Condor soma 39 unidades, faturamento de R$ 3,6 bilhões e é está em sétimo lugar entre as maiores redes do país.

Terceira maior rede de varejo de alimentos do país, atrás do Pão de Açucar e Carrefour, o Walmart sempre focou sua estratégia de expansão no Brasil na compra de bandeiras regionais. No Paraná, a aquisição das marcas Mercadorama, Big e Maxxi Atacado, antes de propriedade da Sonae, ocorreu em 2005. Em 2013, a empresa passou por uma reestruturação e fechou 25 lojas distribuídas no país.

Dessa primeira leva de encerramentos, o espaço do antigo Mercadorama na Avenida Desembargador Hugo Simas, no Bom Retiro, em Curitiba, foi ocupado pela rede catarinense de lojas de departamentos Havan. Agora ainda não se sabe o que a empresa deve fazer com os galpões e terrenos das lojas fechadas.

Além de dar espaço ao crescimento das marcas regionais, os vazios deixados pelos supermercados podem ser utilizados na criação de novos centros comerciais, divididos em lojas ou boxes menores que oferecem aos opções variadas de produtos e serviços, a exemplo da Mercadoteca, inaugurada em outubro no Campo Comprido.

Integração

“A característica de expansão do Walmart garantiu um crescimento rápido, mas colocou em risco a sustentabilidade do negócio.”

Fabiola Paes coordenadora de MBA de gestão em varejo da UP

Apesar de ter justificado os fechamentos recentes no ambiente econômico do país, o Walmart já vinha enfrentando dificuldades em boa parte de suas lojas há pelo menos dois anos, antes da deterioração do cenário brasileiro. A empresa não comentou sobre possíveis problemas de integração entre as redes adquiridas no país e limitou-se a afirmar que tomou a decisão de fechar lojas “com baixo desempenho”.

“A característica de expansão do Walmart garantiu um crescimento rápido, mas colocou em risco a sustentabilidade do negócio. Há uma grande dificuldade de integrar todas as gestões e sistemas das bandeiras, o que é muito importante no varejo”, afirma a professora Fabiola Paes, coordenadora de MBA em gestão de varejo da Universidade Positivo (UP).

Nos dados mais recentes disponíveis , o faturamento do grupo foi de R$ 29,6 bilhões em 2014. O valor é 14% maior do que o registrado em 2013, um ritmo de crescimento inferior ao das outras duas grandes redes que atuam no país, Grupo Pão de Açúcar (26% de crescimento no mesmo ano) e Carrefour (20%).

O Walmart tinha 544 supermercados, 200 farmácias, 50 restaurantes e 10 postos de gasolina em 18 estados e no Distrito Federal. A empresa não confirma quantas lojas encerraram suas operações.

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