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Comércio nos EUA:  para OCDE, aumento  do desemprego vai desacelerar | Mark Ralston/AF
Comércio nos EUA: para OCDE, aumento do desemprego vai desacelerar| Foto: Mark Ralston/AF

Análise

Parou de piorar, por enquanto

Guido Orgis, repórter de Economia

Dados recentes da economia global confirmam a tese de que ela parou de piorar. Especialistas que traçam um paralelo com a crise dos anos 30 – e, acredite, a semelhança entre os números atuais e os daquela época é assustadora – diziam que o fundo do poço ainda estaria longe. Nas últimas semanas, porém, esse temor perdeu força. A produção industrial está reagindo em escala global de uma forma que parece ser um ponto de inflexão. Tanto que a OCDE elevou a previsão de crescimento de países europeus e do Japão. No Brasil, a produção industrial em julho veio forte, graças a um mercado interno resistente e que promete puxar o PIB em 2010 para a casa dos 4% a 5%. Pelo visto, a lição da Grande Depressão foi aprendida e a combinação de déficits públicos e juros baixos surtiu efeito. Pelo menos por enquanto.

Paris - A Organização para Coope­ração e Desenvolvimento Eco­nômico (OCDE) afirmou que a economia global está emergindo de sua pior depressão desde a Segunda Guerra Mundial mais rapidamente do que a entidade havia previsto há três meses. "O pior já passou e a recuperação parece agora estar chegando um pouco mais cedo e possivelmente também um pouco mais forte do que há três meses", declarou Jorgen Elmeskov.

Em uma atualização de suas projeções econômicas, a OCDE disse que, com os fluxos de comércio global se recuperando, agora espera que o Produto Interno Bruto (PIB) dos países do G-7 tenha contração de 3,7% neste ano, ante a projeção anterior feita em junho de queda de 4,1%.

A OCDE afirmou que continua esperando que a economia dos EUA tenha contração de 2,8% neste ano, embora deva se expandir no terceiro e no quarto trimestres. Para a zona do euro, a entidade agora espera contração de 3,9% no PIB, em comparação com a projeção anterior de 4,8% de queda. O Japão, por sua vez, deverá ter contração de 5,6% e não de 6,8% como previsto em junho.

A única grande economia para a qual a OCDE espera uma contração maior do que a projetada anteriormente é a do Reino Unido, que deverá ter 4,7% de queda no PIB neste ano. A previsão anterior era de contração de 4,3%. O Reino Unido é uma das três economias – junto com Itália e Canadá – que vão continuar em recessão neste trimestre. Na verdade, a entidade não espera que o Reino Unido tenha algum crescimento trimestral neste ano.

A OCDE afirmou que uma considerável contribuição para a recuperação virá de grandes economias emergentes, notadamente China e outros países asiáticos, onde a recuperação que começou no início deste ano está ganhando velocidade.

Como consequência de a recuperação começar mais cedo do que o esperado, a OCDE disse que o crescimento do desemprego deverá se desacelerar.

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