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Vendedor em um mercado público de Beijing: observadores esperam que a iniciativa privada ganhe espaço na economia chinesa, ampliando a demanda | Jason Lee/Reuters
Vendedor em um mercado público de Beijing: observadores esperam que a iniciativa privada ganhe espaço na economia chinesa, ampliando a demanda| Foto: Jason Lee/Reuters

Poluição

No programa de reformas econômicas e sociais divulgado na semana passada, o Partido Comunista Chinês afirmou que vai dar mais ênfase à proteção do meio ambiente quando avaliar os altos funcionários do governo, e também irá considerar as autoridades locais diretamente responsáveis pela poluição. Diante do aumento da revolta da população após uma série de escândalos envolvendo fumaça em níveis perigosos no ar, solo contaminado e suprimentos de água com elementos tóxicos, a China classificou o meio ambiente como uma de suas fontes potenciais de instabilidade.

O otimismo de investidores com as reformas anunciadas pela China na última sexta derrubou o dólar e deu impulso às bolsas no Brasil e no mundo. A aposta de analistas é que a maior abertura da economia chinesa beneficie fornecedores de matérias primas, como é o caso do Brasil e de outros emergentes. Nesse cenário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, teve baixa de 2,32%, a maior desde 18 de setembro, para R$ 2,268.

Segundo o economis­ta-chefe da Gradual In­ves­timentos, André Per­feito, a permissão para que a iniciativa privada ocupe um espaço maior na economia chinesa atrai investimentos mais pesados ao país e anima sobretudo os emergentes, grandes fornecedores de matérias-primas. "Isso fortalece as moedas locais em relação ao dólar", acrescenta. "Mas é difícil saber até que ponto as reformas vão se concretizar."

O governo chinês não deu prazo para a implementação das mudanças nem detalhou como vai executá-las. Das 24 moedas emergentes mais negociadas, 18 subiram ontem em relação ao dólar. O real foi a que mais se valorizou, seguido pela rupia indonésia (alta de 1,98%) e pela rupia indiana (1,53%).

Patamar

Para analistas ouvidos pela reportagem, o dólar deve permanecer no patamar entre R$ 2,25 e R$ 2,30 até o fim do ano, podendo alcançar R$ 2,35 segundo algumas projeções. Tudo vai depender, afirmam, da velocidade da redução dos estímulos econômicos nos EUA. Desde 2009, o Fed (Banco Central americano) injeta mensalmente US$ 85 bilhões na economia por meio da recompra de títulos. Parte desse valor se reverte em investimentos em outros países. Com a redução do incentivo, o volume de recursos disponíveis para essas aplicações diminui e, diante da perspectiva de menor entrada de dólares no Brasil, o preço da moeda americana tende a subir ante o real.

Na semana passada, Ja­net Yellen, indicada para assumir o Fed em 1º de fevereiro, deu a entender ao mercado financeiro que irá manter os estímulos até que a economia dos EUA esteja mais robusta. Falando em sabatina no Senado americano, ela admitiu manter a ajuda e não condicionou sem fim a nenhuma meta específica.

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