• Carregando...
Daniel e Marcelo, da MadeiraMadeira: se deu certo nos Estados Unidos, vai funcionar no Brasil também | Arquivo/ Gazeta do Povo
Daniel e Marcelo, da MadeiraMadeira: se deu certo nos Estados Unidos, vai funcionar no Brasil também| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo

Uma oportunidade na crise norte-americana. Foi a partir daí que surgiu a MadeiraMadeira, empresa de São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, especializada na venda de materiais de construção pela internet. No mês de julho, outro fato estreitou a ligação da empresa com os Estados Unidos: além de receber sua primeira rodada de investimentos, a empresa paranaense ganhou um aporte de duas das maiores empresas do segmento nos EUA – dos cinco fundos investidores, nenhum tinha investido até então em companhias paranaenses.

A empresa surgiu após um investimento de R$ 300 mil, dinheiro recebido pela venda de um imóvel de Daniel Scandian, chefe-executivo e fundador da MadeiraMadeira. Ele trabalhava até 2008 na indústria de pisos de madeira da família, que vendia seus produtos quase que exclusivamente para clientes norte-americanos. Com a crise financeira no país, a empresa passou por dificuldades e Scandian, que já conhecia o mercado on-line de construção no exterior, resolveu empreender em um negócio próprio.

"Não sabíamos o tamanho da crise, então eu e meu irmão, Marcelo, resolvemos que faríamos algo próprio ou iríamos para o mercado. Como sabíamos que a venda de material de construção pela internet dá certo nos Estados Unidos, então era uma questão de tempo e de aposta para dar certo aqui também", avalia Scandian.

Segundo a Build.com, empresa especializada no setor, nos EUA 6% das compras de materiais de construção já são feitas pela internet. Foi nessa onda que os irmãos resolveram apostar. Os dois amadureceram a ideia e em outubro de 2009 realizaram a primeira venda, no valor de R$ 12 mil. Este ano a empresa deve faturar R$ 10 milhões, mas o plano é atingir uma receita de R$ 400 milhões em 2015.

Foi esse plano agressivo que chamou a atenção dos investidores: o fundo brasileiro Monashees Capital, o latino-americano Kaszek Ventures e a norte-americana Flybridge Capital Partners. Além dos fundos, a MadeiraMadeira também recebeu aporte dos fundadores de duas das maiores empresas de materiais de construção on-line dos EUA: Niraj Shah, fundador da Wayfair, e Christian Friedland, fundador da Build.com.

"Foi uma quebra de barreiras. Primeiro porque os fundos de investimentos, em sua maioria, realizam aportes em empresas de São Paulo. Além de convencer do nosso negócio, tínhamos de mostrar aos maiores da América Latina e dos Estados Unidos que havia possibilidades no Paraná. É uma vitória pessoal e também para o estado, porque as portas ficam abertas para os empreendedores paranaenses", ressalta Scandian.

O segmento de materiais de construção espera faturar R$ 55 bilhões no Brasil em 2012, mas a presença on-line ainda é baixa. A empresa oferece 25 mil produtos em sua plataforma e 35% das vendas são realizadas por usuários recorrentes. Para os próximos três anos, a expectativa é oferecer mais de 500 mil produtos, superando em cinco vezes a quantidade média de itens disponíveis em um home center convencional. "Trabalhamos em nosso site para oferecer uma experiência melhor que na loja física. Enviamos amostrar grátis aos clientes, para que eles possam tomar a decisão sem sair de casa", destaca o empresário.

Para buscar recursos, seja muito conciso

Antes de buscar um fundo de investimento, o empreendedor precisa ter em mente que o seu negócio passará a ter um sócio a partir do momento que sua empresa recebe o aporte. A dica é do coordenador do núcleo de capital inovador do Senai, Centro Internacional de Inovação (C2i), Felipe Couto. "Por essa razão, o tema ‘governança corporativa’ passa a ser prioritário na gestão", lembra.

Couto ressalta que os fundos de investimento buscam empreendimentos que possam dar um retorno de alto impacto, com uma rentabilidade alta. "Uma margem de 10% a 15% de lucro é baixa para esse investidor, que pode encontrar essa rentabilidade em outra aplicação com menos risco", avalia.

Para vender seu negócio, o empreendedor precisa aprender a ser conciso. O coordenador do C2i explica que o empresário deve conseguir expôr o melhor da sua empresa em uma conversa de elevador. "O gestor desses fundos tem pouco tempo, por isso é preciso preparo na apresentação, para que ela seja feita de maneira clara e objetiva. Por mais que o negócio seja bom, se o empresário não tiver um alto poder de convencimento, pode perder uma oportunidade", pondera Couto.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]