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O Rio teve em 2012 queda de 37,2% no número de vagas criadas no mercado de trabalho formal ante 2011, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). De acordo com a entidade, foram gerados 105.653 empregos no Rio, pior saldo (diferença entre contratações e demissões) desde 2009, quando houve aprofundamento da crise global. Naquele ano, foram abertos 88,8 mil postos de trabalho. Para a Firjan, o resultado reflete a desaceleração econômica do país.

O recuo, no entanto, foi menor do que o do país. No Brasil, foram gerados 868.241 postos de trabalho, o que corresponde a queda de 44,6% em relação a 2011 e o menor resultado desde 2003. O estudo da Firjan foi feito com base na série sem ajuste do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Os dados contrastam com a taxa de desemprego no país, que, em 2012, foi a menor desde 2002, chegando a 5,5%, de acordo com o IBGE. Para Guilherme Mercês, gerente de estudos econômicos da Firjan, o fenômeno é explicado por uma questão demográfica: ainda que desempregados, muitos brasileiros não procuram trabalho.

"É percebido principalmente entre os jovens e os idosos. No caso dos jovens, pode ser um indicativo de mais anos de estudo, o que é bom. No entanto, também mostra que muitos não estão procurando nem estudo, nem trabalho. Além disso, também há um cenário que não incentiva os idosos a serem produtivos", explica Mercês.

Construção civil do Rio no topo do ranking de contratações no setor

De acordo com o economista, os postos criados na construção civil ajudaram o Estado a ter um recuo mais brando. O setor gerou 25.303 postos de trabalho no ano passado, 15% menos que em 2011 (28.859). Apesar da desaceleração, o Estado foi o que mais gerou empregos nesse segmento no Brasil, com 69% mais postos do que Minas Gerais (14.938), o segundo colocado do país.

O bom desempenho foi motivado, principalmente, por obras de infraestrutura, como a construção da usina hidrelétrica de Paracambi, a implantação do Complexo do Açu, Comperj, Arco Metropolitano, e das obras para o Metrô e o BRT.

"Com o momento que a cidade vem passando, a tendência é que o setor continue em alta", destaca Mercês, em referência às obras para grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Apesar de ter recuado 40% ante os dados registrados em 2011, o segmento de serviços foi responsável por quase metade do total de novas vagas em 2012, se mantendo como o principal contratante em 2012, com 51.523 novos postos de trabalho. Em 2011, houve saldo positivo de 85.275. A queda, ainda de acordo com a Firjan, é explicada pelos segmentos de transporte e de serviços às empresas, o que confirma a redução da atividade econômica no Brasil e no estado do Rio.

No Comércio, o saldo positivo de 18.229 empregos foi 42,2% inferior ao de 2011 (31.576). Também ficou abaixo da média dos últimos dez anos (29 mil empregos), o que reflete a redução das contratações na grande maioria dos segmentos varejistas.

A indústria no Estado teve saldo positivo de 15.310, 22% menor que em 2011 (19.866). A maior queda foi na indústria extrativa, que teve o saldo reduzido à metade: enquanto em 2012, foram gerados 1.367 postos de trabalho, em 2011 o saldo foi de 2.699. Na indústria de transformação, a desaceleração foi menos intensa, de saldo positivo de 15.158 em 2011 para 11.849 em 2012.

"Importante ressaltar que a desaceleração de 22% nas contratações da indústria de transformação fluminense foi muito menos intensa do que a registrada pela indústria nacional, onde houve redução de 81% no saldo de contratações na passagem anual", ressalta Guilherme Mercês.

Houve saldos negativos (quando o número de demissões supera o de novas contratações) em administração pública e agricultura, setores que cortaram 4.428 e 284 postos de trabalho, respectivamente, em 2012 na comparação com ano anterior, no Rio de Janeiro.

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