Brasília Apesar de todas as declarações russas que colocaram em xeque a qualidade sanitária da carne brasileira, a Rússia foi o país que mais importou o produto do Brasil no mês passado. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), eles importaram em maio 65,8 mil toneladas. Volume que proporcionou aos frigoríficos brasileiros uma receita de US$ 82,5 milhões. Os dados representam um crescimento de 120% em receita e de 193% em volume.
O presidente da Abiec, o ex-ministro da Agricultura Marcus Vinícius Pratini de Moraes, considera que as declarações russas não estão ligadas apenas às questões sanitárias, mas à balança comercial entre os dois países. "Há um desequilíbrio comercial a favor do Brasil de que os russos evidentemente não gostam. O Brasil compra muito pouco deles", disse Moraes, ao considerar correta a decisão russa de transferir ao governo brasileiro a responsabilidade de habilitar os frigoríficos a exportar para aquele país.
Mesmo com o dólar desfavorável, as exportações brasileiras de carne bovina em maio bateram um novo recorde mensal em receita. Foram US$ 443,8 milhões no mês passado, superando o recorde anterior, de US$ 406 milhões, em novembro de 2006. O desempenho obtido no mês passado representa um crescimento de 28,14% em comparação a maio de 2006. Em volume, as exportações somaram 169 99 mil toneladas em maio, um aumento de 29,98%.
Segundo Pratini de Moraes, a oferta de gado para ser abatido, o crescimento econômico dos países emergentes e o aumento das vendas de cortes mais nobres para a Europa justificam o desempenho. "Também observamos um aumento nas exportações de produtos industrializados e de miúdos", disse o ex-ministro.
As mesmas explicações podem ser dadas para justificar o desempenho das exportações no período de janeiro a maio. Segundo a Abiec, a receita com os embarques chegou a US$ 1,86 bilhão, aumento de 39,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em volume, os embarques dos frigoríficos brasileiros cresceram 35,19% e chegaram a 735,95 mil toneladas.