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Maria Helena Riva: quando não é seca, é chuva em excesso ou pragas. | Dirceu Portugal/Gazeta do Povo
Maria Helena Riva: quando não é seca, é chuva em excesso ou pragas.| Foto: Dirceu Portugal/Gazeta do Povo

A falta de umidade preocupa os produtores de grãos em algumas regiões do Paraná. No Oeste do estado, há áreas que já estão quase um mês sem chuva. É o caso do município de Palotina, onde não chove há mais de 20 dias e os agricultores já falam em quebra de 50% na safra de milho. O cereal é a cultura mais prejudicada pela seca, mas o feijão também sofre os efeitos da falta de água e a soja já começa a sentir a estiagem. Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) ainda não tem números, mas admite que poderá haver perda de potencial produtivo se não voltar a chover nos próximos dias. "As lavouras de verão estão em final de plantio, com a maior parte em desenvolvimento vegetativo, o que aumenta a possibilidade de quebras expressivas se a estiagem continuar. Já há casos de perda na região Oeste, mas o balanço dos prejuízos é difícil e as perdas só devem ser quantificadas nos próximos dias", afirma a Seab em relatório divulgado ontem.

Segundo a secretaria, 18% do milho, 6% da soja e 28% do feijão cultivados neste verão no estado estão sucetíveis a perdas, já que passam pela fase de floração, estágio em que as plantas ficam mais sensíveis à falta de umidade. Até o início do mês, contudo, 84% das lavouras de milho e 86% das plantações de soja apresentavam boas condições, ainda conforme a Seab.

De acordo com o meteorologista Márcio Custódio, da Somar Meteorologia, com o deslocamento da umidade da Amazônia para a metade Norte do país, as chuvas começaram a ficar raras no Paraná na segunda quinzena da novembro. A estiagem atinge toda a região Centro-Oeste do estado e preocupa porque justamente nestas áreas as lavouras foram semeadas mais cedo. Este ano começou a chover já no final de agosto e muitos produtores adiantaram o plantio das lavouras de verão para poder entrar com a safrinha no início de 2009. Por isso, a estiagem pegou as plantas em uma fase complicada, em que elas ficam muito suscetíveis a oscilações climáticas, explica o meteorologista.

Segundo Custódio, a redução no volume das precipitações é uma condição normal nesta época no Sul do Brasil. "O problema é que neste ano não está tendo registro nem de pancadas isoladas de chuva, tradicionais no verão sulista", afirma. Segundo ele, as precipitações devem retornar ao Oeste paranaense após o dia 10 de dezembro, mas só voltam a cair sobre o estado de forma mais generalizada na última quinzena do ano.

Isso acontece porque o La Niña volta a atuar com intensidade moderada neste verão, explica o meteorologista. O fenômeno climático, decorrente pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, provoca irregularidade no regime de chuvas, com umidade excessiva no Norte e seca no Sul do país. "Em ano de La Niña ativo, o produtor paranaense deve se preparar para enfretar veranicos até janeiro ou fevereiro", alerta Custódio.

Segundo levantamento da Expedição Safra RPC, o Paraná plantou 1,33 milhão de hectares, para um potencial de produção estimado em 9,22 milhões de toneladas de milho na safra de verão.

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