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Curitiba – Sem conseguir demover o Ministério da Agricultura durante a reunião que durou cerca de 12 horas, ontem, em Curitiba, o vice-governador e secretário de agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, reconheceu que o estado terá de sacrificar os 1.800 animais da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira (Norte do Paraná). Antes de iniciar o trabalho, no entanto, o governo quer ouvir o setor produtivo, representado pelas entidades que integram o Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), em encontro marcado para 11 de janeiro. Pessuti adiantou que, enquanto aguarda a reunião, o estado já está tomando as providências necessárias para o abate, como o estudo do impacto ambiental.

Na reunião realizada na Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab), os técnicos do ministério se recusaram a voltar atrás sobre a existência do foco de febre aftosa no estado, declarado oficialmente em 9 de dezembro. O grupo ministerial era formado pelo diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Jorge Caetano Júnior, e pelos técnicos Jamil Souza Gomes, Vera Figueiredo e Nilton Moraes. Da secretaria, além de Pessuti, participaram os diretores Newton Pohl Ribas e Felisberto Batista.

Durante a reunião, que não havia terminado até o fechamento desta edição, o ministério e a Seab também discutiram como será paga a indenização ao proprietário da Fazenda Cachoeira, André Carioba. A Seab pede que o governo federal pague o valor integral das perdas do produtor. No Mato Grosso do Sul, onde foram decretados mais de 20 focos de febre aftosa, o governo federal indenizou dois terços das perdas.

No sacrifício sanitário todos os animais da propriedade em que foi decretado o foco, mesmo os saudáveis, são mortos e enterrados no mesmo local para que não haja propagação do vírus. Após o sacrifício sanitário, segundo as normas da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o estado pode recuperar o status de área livre de aftosa em seis meses.

Vacinação

A única decisão prática tomada ontem, no encontro, foi a liberação por parte do ministério das 879 propriedades paranaenses que ainda estão interditadas por suspeita de aftosa, para que seja feita a vacinação dos animais. A imunização será feita por sorteio, conforme as regras da OIE. Os animais sorteados não serão vacinados, e sim monitorados e submetidos a novos exames de sorologia. Os demais receberão a vacina contra a doença. A Seab também pediu ao ministério que libere o tráfego de animais nas regiões sob suspeita.

Urgência

O proprietário da Fazenda Cachoeira, André Carioba, disse que não tem como esperar até 11 de janeiro. "Preciso de uma decisão prática urgente já que não tenho onde colocar os animais e não tenho mais ração para os que estão no ponto de abate. Vou entrar na justiça para que pelo menos o estado pague a alimentação dos animais enquanto não sacrifica", disse.

Apesar da posição do ministério sobre o foco de aftosa no Paraná, o governo do estado continua não reconhecendo a ocorrência da doença, alegando que os exames de isolamento do vírus, chamados probangs, deram negativo para todas as amostras paranaenses. Já para o ministério a sorologia positiva, aliada à vinculação epidemiológica, é suficiente para que seja decretado o foco, e isso não vai mudar.

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