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Com cerca de três mil vagas disponíveis no Centro de Apoio ao Trabalhador (CAT), na capital paulista, o setor de telemarketing é um dos que mais cresce a cada ano, liderando a lista das ofertas de emprego, afirmou o gerente do CAT regional norte, André Bucater.

Segundo ele, isso ocorre porque o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) se tornou uma necessidade desde que as empresas passaram a atender o consumidor em tempo real para poder avaliar o que ocorre com seus produtos e serviços.

"Isso está acontecendo com muitas empresas atualmente. Eles estão contratando muita gente não só para o SAC como para vendas, promoções e cobranças. E a procura pelas vagas também é grande porque não se exige experiência em carteira, o que faz com que a maior procura seja pelos jovens no seu primeiro emprego. Normalmente é preciso ter conhecimento em informática, objetividade, clareza na comunicação, facilidade para abordagem com o cliente, simpatia e determinação".

Segundo o diretor de Comunicação do sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing, Ronaldo Lopes, o setor emprega atualmente cerca de 850 mil trabalhadores em todo o território nacional. Até o fim deste ano este número deve chegar a 1 milhão a 1,2 milhão. Só no estado de São Paulo são 380 mil funcionários e na região metropolitana da capital 250 mil.

Lopes explicou que 70% dos empregados no telemarketing têm de 18 a 26 anos e 76% são mulheres. Ele destacou que o setor agrega vários segmentos e por isso está sempre aberto também para outras faixas etárias, incluindo mulheres acima dos 40 anos. "Há muitas mulheres nessa faixa etária que estão na área porque depois de ficarem afastadas do mercado de trabalho resolveram ou precisaram voltar a exercer uma atividade remunerada". De acordo com ele, o setor do telemarketing tem a especificidade de não ter nenhuma espécie de preconceito ao selecionar seus trabalhadores.

A rotatividade é outro fator presente no telemarketing. O chamado turn over, praticado pelas empresas, serve para estimular os funcionários, ou seja, aqueles que produzem continuam, os que não atingem os objetivos acabam sendo eliminados. "As empresas pregam que quem vender mais continua na empresa, quem não atingir as metas acaba sendo substituído pela mão de obra que há no mercado". Ao mesmo tempo a média de permanência de um funcionário em uma empresa de telemarketing varia de três a sete anos.

As menores empresas são as que pagam as melhores médias salariais, um dos motivos que contribuem para a rotatividade de funcionários. Em uma empresa de maior porte o salário chega a R$ 750,00. Já naquelas com até 100 funcionários os ganhos podem chegar a R$ 1.200. "Os trabalhadores acabam adquirindo experiência nas grandes empresas e migram para as pequenas, por conta das melhores condições".

Apesar de destacar que a atividade é interessante por permitir o contato direto com o público, Lopes afirmou que o trabalho de telemarketing gera estresse ao funcionário por causa das condições nem sempre boas e, principalmente, pelo assédio praticado contra o trabalhador. "Embora tenhamos conseguido instituir o descanso, muitas empresas insistem em controlar a ida do trabalhador ao banheiro por exemplo. Embora seja um setor no qual a tecnologia é de ponta, as relações com o trabalhador ainda estão atrasadas".

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