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O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) anunciou, nesta segunda-feira (8), que não vai mais homologar as rescisões de contrato dos funcionários, antes que as montadoras expliquem o motivo das demissões. O presidente do sindicato, Sérgio Butka, disse que as empresas estariam usando a crise mundial para justificar as demissões e que estas estão sendo precipitadas. "O sindicato está servindo somente para homologar as demissões e nós não queremos isso. Toda demissão deve ser discutida com antecedência. É preciso negociar antes de demitir, para manter os empregos", comentou Butka, em entrevista à Rádio CBN.

A Volkswagen-Audi, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, é a última fábrica a anunciar a demissão de funcionários, segundo o sindicato. A Volks-Audi vai demitir 74 funcionários que retornaram das férias coletivas. Depois da Bosch e da Volvo, é a terceira empresa do setor automotivo da região metropolitana de Curitiba que anuncia demissões no setor em menos de uma semana. Na última sexta-feira (5), o sindicato promoveu uma manifestação contra demissões arbitrárias na frente da Bosch, na Cidade Industrial de Curitiba, em função das demissões que ocorreram na fábrica durante o ano, que chegaram a 800, sendo que 200 foram anunciadas na última semana.

Segundo Butka, somente serão assinadas as rescisões se o próprio trabalhador pedir que seja feito. O sindicato também pretende convidar o Ministério Público para participar das conversas com as empresas em que houver um número maior de demissões. "Quem sabe poderíamos criar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para que toda demissão seja discutida com antecedência, pois assim vamos evitar um desemprego maior", afirmou.

Durante uma entrevista coletiva à imprensa, o sindicato também anunciou que vai reunir os 430 demitidos da Volvo, para ver se eles querem ou não homologar a demissão, o que é um direito dos funcionários. Toda demissão de funcionário com mais de um ano de trabalho na empresa deve ser homologada pelo sindicato. A instituição ainda vai intermediar a negociação dos demitidos na Volks-Audi que, conforme o sindicato, estão em período de férias coletivas, o que implica em estabilidade de um mês para os funcionários, após as férias, o que está previsto no acordo coletivo da categoria.

Sindicato patronal

O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (Sindimetal), Roberto Karam, ressaltou que a função do sindicato é apenas verificar se as verbas rescisórias estão corretas ou não. "A lei não prevê que discuta os motivos de uma demissão", ponderou. "Se o sindicato não quiser homologar, a empresa vai à Delegacia Regional do Trabalho e é homologado lá", afirmou. "É temerário o sindicato se colocar na posição de fiscal e julgador", completou.

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