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Startup ajuda consumidor a pagar até 70% menos por produto importado por meio de aplicativo que conectada compradores  a viajantes com espaço na mala. | Grabr/Divulgação
Startup ajuda consumidor a pagar até 70% menos por produto importado por meio de aplicativo que conectada compradores a viajantes com espaço na mala.| Foto: Grabr/Divulgação

Com a ideia de conectar viajantes com espaço livre na bagagem a consumidores que querem comprar mercadorias no exterior, o casal de russos Daria Rebenok e Artem Fedyaev criou a startup Grabr, dentro de um conceito de economia compartilhada. Por meio de aplicativo para smartphone ou pelo site (www.grabr.io), a plataforma beneficia tanto o comprador, que economiza na compra de importados sem ter de pagar as altas taxas de frete, como o viajante, que recebe uma recompensa pela compra e pode gerar renda extra, contribuindo com os custos da viagem.

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A maioria dos produtos desejados está em sites populares, como Amazon, Ebay, Macy´s e Apple. Basta o consumidor escolher o que quer, copiar o link e colar no campo especificado da plataforma, além de selecionar o destino da compra. Imediatamente, a Grabr informa o valor do produto somado a impostos e taxas. O pedido entra no feed dos viajantes, que podem começar a fazer suas ofertas.

“O valor da recompensa varia. Vai depender dos custos gerados ao viajante, como taxa de IOF, por exemplo, ou se ele pagou frete para receber o produto em seu endereço. Sugerimos que esta comissão seja de 15% sobre o valor do produto, mas a decisão é livre e cabe ao comprador aceitar a melhor proposta”, explica Michele Chahin, gerente de marketing da Grabr.

O pagamento é feito para a plataforma por meio de cartões como Visa e Mastercard, e fica retido até que o comprador confirme a entrega. Inclusive a empresa sugere que a entrega seja realizada pessoalmente, em local público. “Assim o comprador já informa na frente do viajante a confirmação da entrega no aplicativo e garante a liberação da recompensa dele.” A Grabr fica com 7% sobre o valor da compra.

Testamos a ferramenta ao simular o pedido de um Apple Watch Nike+GPS 38 mm, comercializado no site da Apple por US$ 329 (sem opção de envio para o Brasil ou cobrança de frete dentro dos EUA), para entrega em São Paulo. Em um período de 12 horas, foram realizadas 11 ofertas de viajantes em várias cidades norte-americanas, que estão com passagens marcadas para o mesmo destino no Brasil nos próximos dias.

As recompensas variaram entre US$ 40 e US$ 150. Somados impostos e taxas, o preço final do relógio de pulso ficou entre US$ 419 e US$ 543. Considerando o fechamento do dólar do dia 20 de julho no valor de R$ 3,77 e a tarifa mais em conta, se fechada negociação, o produto sairia por R$ 1.580, gerando uma economia de pelo menos R$ 400 (cerca de 20%), já que a peça pode ser encontrada por R$ 2 mil a R$ 3 mil em e-commerce nacionais de confiança.

Mas este é apenas um exemplo de transação. A economia para os brasileiros costuma ser de 30% a 40%, em média, podendo chegar a 70% em épocas de campanhas promocionais, como a Amazon Prime Day, que aconteceu agora em julho. “Esta é uma das grandes datas de vendas da Amazon, batendo o Natal e até mesmo a Black Friday. Mesmo com o dólar mais alto, vale a pena se organizar para aproveitar os descontos.”

Eletrônico é carro-chefe de compras; mães são as que mais economizam

Os consumidores encomendam todo tipo de produto, de variados valores, logicamente dentro das leis de importação, sendo bloqueados itens proibidos, como armas e drogas. “Não há um valor mínimo ou máximo. O que pode acontecer é o comprador ter de arcar com custos de alfândega, porque o viajante tem um limite de valores que pode transportar”, lembra Michele.

O carro-chefe das compras é o eletrônico, seguido de moda e beleza. O público que mais economiza é o de mães. Produtos principalmente para bebês, como roupas, brinquedos e até carrinhos, estão em terceiro lugar no ranking de mais comprados, com gastos que costumam ser até 60% menores, segundo Michele. Na sequência aparecem artigos para colecionadores, esportistas, gamers e variadas profissões, como chef de cozinha, fotógrafo e DJ.

Brasil é um dos destinos que mais recompensam a cada viagem

A plataforma Grabr foi criada em 2015 em São Francisco, na Califórnia, com a ideia de atingir, principalmente, países com uma economia em desenvolvimento e que cobram muitos impostos para produtos importados. A proposta da Grabr chegou com força e de modo orgânico na América Latina por meio de um influenciador digital da Argentina. O dublador Alvaro Pandelo, que hoje é gerente de marketing da startup em seu país, propagou de maneira espontânea a experiência em seu canal no Youtube e ajudou a fazer da capital, Buenos Aires, o maior destino pagante.

Em cerca de dois anos, foram cerca de 65 mil produtos encomendados para entrega na cidade, envolvendo uma soma de mais de US$ 2 milhões em produtos, taxas e recompensas. Logo atrás estão as brasileiras São Paulo e Rio de Janeiro e a capital do Peru, Lima. “O Brasil é um dos destinos que mais recompensam os viajantes, com uma média de ganhos em torno de US$ 500 por viagem. E, como incentivo, a cada dez itens transportados, a Grabr ainda oferece um prêmio de US$ 100”, conta Michele.

Hoje a Grabr está presente em 120 países e tem mais de 500 mil pessoas cadastradas, entre viajantes e compradores. Em 2017, a startup faturou US$ 7 milhões, o equivalente a R$ 26 milhões. A cadência de crescimento gira em torno de 30% mensais, revela Michele. Este ano a Grabr recebeu um aporte de US$ 8 milhões da Foundation Capital e a estimativa é fechar 2018 com um aumento do volume em oito vezes em relação ao ano passado, chegando aos US$ 56 milhões – ou R$ 215 milhões.

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