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Startups com mulheres na equipe têm mais chance de conseguir investimentos
| Foto: BigStock

As startups com pelo menos uma mulher entre seus fundadores têm 21% mais de chances de receber aportes de investidores do que as formadas apenas por homens. É o que mostra um estudo do Kauffman Fellows Research Center, a partir de um curso de dois anos de qualificação para investidores sênior.

Nas primeiras rodadas, as equipes mistas têm desempenho parecido com as exclusivamente masculinas, mas a vantagem da presença feminina se acentua nos estágios finais da busca por capital de risco. Na terceira e na quarta etapa, as startups com pelo menos uma fundadora feminina obtêm em média US$ 23 milhões em aportes financeiros, contra US$ 18 milhões obtidos pelo “clube do bolinha”.  A análise utilizou dados da empresa de pesquisa Crunchbase envolvendo o financiamento de mais de 90 mil startups americanas no período de 2001 a 2018.

Mas as mulheres ainda enfrentam obstáculos. Somente 22% de todas as startups têm pelo menos uma mulher entre seus fundadores. E as equipes compostas só por mulheres são as que mais encontram dificuldades para levantar dinheiro, especialmente se a aposta é num negócio considerado de “gênero neutro”. Uma pesquisa feita pela PitchBook mostra que dos US$ 130 bilhões investidos em startups no ano passado (nos EUA), apenas 2,2% foram para as equipes 100% femininas.

“Até pouco tempo, muito poucas mulheres tinham oportunidade de mostrar seus projetos nas principais vitrines”, avalia Collin West, fundador e sócio do Fundo Kauffman Fellows e um dos autores do relatório. “E essas mulheres continuam a ser ignoradas. Estamos num ciclo vicioso”, aponta.

Segundo West, o estudo apresenta evidências crescentes de que mais diversidade nas empresas, em posições de liderança e nas contratações conduz a melhores resultados financeiros. Uma equipe mais diversificada considerará um número maior de ideias e possibilidades. E como as startups costumam ter equipes bem pequenas, a presença de apenas uma mulher já é suficiente para influenciar toda a empresa, assegura West.

“Acho que quando as pessoas começarem a olhar para esses dados, elas chegarão à seguinte conclusão: ‘Bem, talvez eu e meus camaradas de Stanford deveríamos nos esforçar para encontrar alguém que traga à equipe um ponto de vista diferenciado e único, que nós não temos”, conclui.

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