O superávit cambial do país em outubro disparou para 10,489 bilhões de dólares até o dia 16, antes da cobrança de IOF sobre investimentos externos para ações e renda fixa.
O fluxo positivo, divulgado pelo Banco Central nesta quarta-feira, representa mais da metade do superávit de 18,746 bilhões de dólares acumulado no ano, e deve-se principalmente ao saldo positivo de 9,910 bilhões de dólares nas transações financeiras.
As operações comerciais são superavitárias em 579 milhões de dólares no mês.
Caso outubro já tivesse terminado, o superávit cambial seria o maior desde julho de 2007.
Os dados ainda não refletem a adoção da alíquota de 2 por cento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o capital estrangeiro para ações e renda fixa, que entrou em vigor no dia 20.
A medida foi adotada pelo governo justamente para tentar frear a entrada vigorosa de recursos no país, que vinha derrubando o dólar para os menores níveis em mais de um ano.
Santander
A entrada líquida de dólares no mês é também quase duas vezes superior à compra de moeda estrangeira no mercado à vista pelo BC. Em operações liquidadas nos 16 primeiros dias de outubro, as compras do BC totalizaram 5,977 bilhões de dólares.
A maior parte desse volume, 4,64 bilhões de dólares, foi liquidada em apenas um dia (8 de outubro), por causa da oferta de units do Santander Brasil.
Ao comprar menos dólares do que o fluxo positivo, o BC abre espaço para que os bancos reduzam suas posições vendidas na moeda norte-americana. De acordo com cálculos do banco BNP Paribas, os bancos agora têm cerca de 1,3 bilhão de dólares em posições compradas.
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