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Atualizado em 26/04/2006 às 19h45

As empresas estatais, sobretudo as federais, seguraram o superávit primário do país - diferença entre receitas e despesas sem levar em consideração pagamento de juros - no mês passado, que ficou em R$ 13,186 bilhões, o melhor resultado para março desde o início da série histórica, em 1991, apesar dos maiores gastos dos governos federal e regionais neste ano eleitoral.

O valor corresponde a 4,39% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país), ligeiramente acima dos 4,37% de fevereiro e acima da meta do governo, de 4,25% para o ano. Com isso, pela primeira vez desde abril de 2005 o país conseguiu mais recursos do que o que teve de desembolsar com juros (R$ 12,899 bilhões em março), gerando superávit nominal de R$ 286 milhões, ajudado também pelo ganho de R$ 615 milhões das operações com swap reverso no período.

- Para o segundo trimestre, a tendência natural é de resultados mais próximos à meta do governo - afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes.

No mês passado, as empresas estatais fizeram superávit de R$ 5,494 bilhões, acumulando R$ 2,878 bilhões no trimestre, 20,31% a mais que no primeiro trimestre de 2005. Segundo Lopes, o bom resultado de agora era esperado e não reflete a demora da aprovação do Orçamento de 2006 (que atrasou investimentos), e veio sobretudo com diminuição de despesas com a concentração de pagamento de dividendos em janeiro e fevereiro.

Os governo central (que inclui o governo federal, o Banco Central e o INSS) apresentou superávit primário de R$ 5,614 bilhões, abaixo dos R$ 7,205 bilhões de março de 2005 mas acima dos R$ 3,271 bilhões de fevereiro último. No trimestre passado, o saldo ficou positivo em R$ 12,196 bilhões, quase 32% a menos que em igual período do ano passado. Para o cumprimento da meta quadrimestral, de R$ 28,7 bilhões, restam quase R$ 14 bilhões, movimento que Lopes acredita que acontecerá.

Os governos regionais, que englobam estados e municípios, apesar dos gastos elevados, desaceleraram no mês passado, com superávit de R$ 2,077 bilhões, R$ 335 milhões a mais do que em março de 2006. No trimestre, no entanto, o saldo recuou 20,68%, para R$ 5,906 bilhões.

O BC revisou ainda a projeção da relação dívida/PIB para 2006, de 50,5% para 50%. Em março, a dívida líquida do setor público ficou praticamente estável, em R$ 1,022 trilhão, ou 51,7% do PIB.

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