Na sexta-feira,a estatal ressuscitada Telebrás assinou seu primeiro contrato de compra de equipamentos. A fabricante brasileira Padtec receberá R$ 17,5 milhões para fornecer os aparelhos para 73 pontos de presença no Anel Sudeste de sua rede óptica e 46 no Anel Sudeste. Com isso, a empresa conseguirá "iluminar" suas fibras e começará a prestar serviços. Os equipamentos serão entregues em um prazo de três e seis semanas.
A volta da Telebrás foi cercada de polêmica e, no caso de suas compras, não seria diferente. Em 29 de outubro, a Padtec venceu um pregão eletrônico de aparelhos com tecnologia DWDM (sigla de Dense Wavelength Division Multiplexing) com benefício da Medida Provisória 495, que dá preferência a produtos desenvolvidos e fabricados no Brasil nas compras do governo.
Jorge Salomão, presidente da Padtec, destacou que a companhia não foi beneficiada pela regra que permitia contratar os produtos brasileiros com preços até 25% maiores. "Isso demonstra a capacidade da engenharia brasileira de gerar produtos competitivos", disse o executivo.
Sediada em Campinas, a Padtec surgiu de um grupo de pesquisadores do CPqD, centro de pesquisas que pertenceu à Telebrás. Seus principais acionistas são o próprio CPqD e a Ideiasnet, holding de tecnologia do empresário Eike Batista. "A Padtec é líder em comunicações ópticas no Brasil",afirmou Hélio Graciosa, presidente do CPqD."Este será um ano bom independentemente da compra da Telebrás."
No pregão eletrônico de outubro, a Padtec havia apresentado um preço superior aos dos concorrentes, que eram as chinesas Huawei e a ZTE e a sueca Ericsson.
Por não atenderem à MP 495, os concorrentes foram desclassificados, sem conseguir comprovar desenvolvimento e fabricação local.
A Padtec,por outro lado,reduziu seu preço, que era de R$ 68,9 milhões, para R$ 63 milhões, abaixo da menor proposta, de R$ 63 1 milhões, que havia sido da ZTE. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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