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Representantes das empresas distribuidoras de energia elétrica e dos trabalhadores do setor elétrico aprovaram a iniciativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de estudar o possível estabelecimento de tarifas diferenciadas, por horário, para o consumo residencial de energia. A preocupação, porém, diz respeito ao custo de implantação dos medidores eletrônicos, necessários para que tal tipo de cobrança possa ser colocada em prática.

A Aneel avalia a hipótese de aplicar preços distintos para a energia dependendo do horário em que ocorre o consumo. A ideia é fixar preços mais baratos para os horários de menos uso da rede, de modo a promover o uso mais eficiente da energia. Assim, por exemplo, usar o chuveiro elétrico mais para o fim da noite sairia mais barato do que no chamado horário de pico, entre as 18 horas e as 21 horas.

Para o diretor técnico e regulatório da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Fernando Maia, o estudo da Aneel é bem-vindo e representa uma disposição para modernizar o sistema tarifário brasileiro, que data de 1982. Segundo ele, a diferenciação da tarifas por horários poderia fazer com que o consumo residencial se dilua melhor ao longo do dia - em vez de se concentrar entre o fim da tarde e o começo da noite. "E isso torna o uso da rede mais barato para todos. Hoje, as empresas investem para que as redes possam atender aquele momento de pico, e depois operam com sobras", disse Maia.

O diretor da Abradee ressalta, entretanto, que a troca dos atuais medidores analógicos pelos eletrônicos (capazes de diferenciar o consumo pelo horário) em todo o País levaria de cinco a 10 anos para ser completada. "Hoje temos 60 milhões de medidores residenciais espalhados pelo País", disse. Mas, segundo ele, poderiam ser feitos, em um primeiro momento, testes com as tarifas diferenciadas em distribuidoras menores, ou em determinadas regiões dentro de uma área de concessão. "Poderia ser feito, por exemplo, um teste apenas no Plano Piloto, em Brasília", disse.

A questão central, afirmou Maia, é avaliar se o investimento na troca dos medidores - que acabaria sendo repassado para as próprias tarifas - seria compensado pela economia a ser gerada com a eventual cobrança diferenciada.

O diretor do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Leandro da Silva Netto, também elogiou os estudos da Aneel, mas ressaltou que o custo dos medidores não pode ser repassado para os consumidores. "O sindicato avalia esses estudos positivamente desde que não sejam repassadas aos consumidores as despesas operacionais dessa mudança", disse.

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