A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, atribuiu ao Congresso a “falta de vontade política” para a revisão estrutural dos gastos do governo neste ano.
Para a ministra, a revisão dos gastos deverá ficar para 2025 por conta das eleições municipais deste ano e do processo de regulamentação da reforma tributária.
“Neste momento, não há vontade política, e não é do presidente Lula. Ficam falando: ‘ah, esse governo, esse governo’. Mas, a partir do momento em que as medidas estruturantes do lado da revisão de gastos dependem, em sua maioria, de mudanças legislativas, não se pode colocar no colo só do Executivo o não querer. Se ele (presidente Lula) não quisesse, já tinha me tirado daqui há muito tempo”, afirmou Tebet, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo (Estadão), nesta quinta-feira (5).
Quando questionada sobre a viabilidade do plano de revisão do governo, Tebet disse que mapeou as ações por cor: “sinal vermelho, amarelo e verde”.
Na lista vermelha foram colocados os itens fora de discussão, como uma mudança na correção real (acima da inflação) do salário mínimo, a revisão dos pisos da saúde e da educação e a desvinculação das aposentadorias do INSS em relação ao mínimo.
Nas outras duas listas estão a desindexação de benefícios assistenciais temporários e a revisão de benefícios previdenciários de militares.
“Você tem injustiças dentro da Previdência dos militares que os próprios militares já reconhecem e que já estão mais amadurecidas para serem levadas adiante”, afirmou Tebet.
Nesta quarta-feira (4), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os militares poderiam também dar sua contribuição para as contas públicas, já que ficaram de fora da última reformulação, em 2019.
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