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Unidade da Coamo: cooperativa é citada como exemplo pela Economist. | HENRY MILLEO /Gazeta do Povo
Unidade da Coamo: cooperativa é citada como exemplo pela Economist.| Foto: HENRY MILLEO /Gazeta do Povo

A revista britânica The Economist, uma das mais respeitadas do mundo na área econômica, dedica um de seus artigos na edição desta semana à economia da Região Sul. A reportagem mostra que os três estados têm, além de uma paisagem diferentente do resto do país, uma economia mais diversificada e com um desempenho acima da média.

A interpretação da revista é que a história de ocupação do Sul, sem a dependência dos ciclos ligados às grandes plantações de cana-de-açúcar ou à exploração mineral, foi protagonizada por pequenos produtores rurais que instalaram na região uma cultura de independência econômica. Isso levou ao surgimento de milhares de pequenas propriedades rurais ,de um espírito empreendedor e de uma gama diversificada de médias indústrias.

O Sul tem, para a The Economist, “o tipo de economia que o Brasil gostaria de ter, diversificada e bastante independente dos ciclos das commodities”. A publicação destaca o papel das cooperativas de crédito, que tornam mais abundantes os recursos para os empreendedores, e as cooperativas agrícolas – citando como exemplo a paranaense Coamo. Também são mencionadas as universidades criadas no interior da região e a qualidade acima da média do ensino fundamental.

A reportagem lembra que Paraná e Santa Catarina aparecem como o segundo e o terceiro estados mais competitivos do país, atrás apenas de São Paulo, segundo um ranking da Economist Intelligence Unit. O Rio Grande do Sul é o nono na lista. Esse ambiente bom para os negócios tem permitido a entrada de investimentos estrangeiros, como na reformulação da fábrica da Renault em São José dos Pinhais, e o aparecimento de empresas inovadoras. Entre elas, uma startup que desenvolve drones para o agronegócio em Pato Branco e uma produtora de softwares de Florianópolis.

Na atual recessão, o perfil dos três estados tem ajudado a região a sofrer menos do que o restante do país. A revista destaca que o desemprego no Sul subiu menos do que no resto do país (está em 8%, contra a média nacional de 11,3%) e as receitas do governos não tiveram queda real neste ano, o que sustenta o argumento de que a demanda nesses estados se manteve melhor do que a média.

Problemas

O desempenho da economia do Sul, no entanto, não é um fenômeno sem problemas. A reportagem conta como o governo do Rio Grande do Sul tem um déficit fora de controle e critica o estado da infraestrutura da região. Os efeitos do crescimento em algumas cidades, como Florianópolis, onde o custo dos imóveis afugenta empreendedores, também são citados pela revista.

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