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Cana Brava Resort, em Ilhéus (BA): com aumento da procura, hotel teve uma ocupação média de 81% de janeiro a agosto deste ano. | Divulgação
Cana Brava Resort, em Ilhéus (BA): com aumento da procura, hotel teve uma ocupação média de 81% de janeiro a agosto deste ano.| Foto: Divulgação

Com a alta crescente do dólar neste ano, as viagens dentro do Brasil ganharam novo fôlego e aqueceram o mercado do turismo doméstico. Além da maior procura por destinos nacionais pelos brasileiros, a valorização da moeda norte-americana também deu mais competitividade ao turismo para estrangeiros, aumentando a procura por hospedagem, passagens e pacotes dentro do país.

As viagens nacionais costumam representar 60% do volume de vendas da operadora de turismo CVC ao longo do ano, contra 40% das viagens rumo ao exterior. Em função da disparada do dólar, as viagens nacionais ganharam incremento de 5%, somando 65% da preferência dos clientes em vendas de pacotes, na comparação com as viagens internacionais (35%).

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No primeiro trimestre deste ano, o dólar encostou em R$ 3,30. Do fim de março até maio, a moeda devolveu parte da alta, mas permaneceu cotada perto de R$ 3, até atingir seu ápice agora em setembro, chegando a quase R$ 4.

“Com certeza o dólar alto é uma boa notícia para o turismo doméstico. O internacional teve uma queda, no primeiro semestre, de 10% e deve continuar assim até o fim do ano. Para o nacional, a previsão é um aumento de 5% no segundo semestre”, afirma o vice-presidente de Relações Internacionais da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), Leonel Rossi Junior.

MAIS TURISTAS, MENOS DINHEIRO

Na cidade de Foz do Iguaçu, onde boa parte da economia local depende do turismo, o fluxo de visitantes cresceu em comparação ao ano anterior, mas os gastos diminuíram. “Temos percebido que o poder econômico do turista que vem caiu. Ele está procurando passeios mais baratos, dando prioridade aos gratuitos. Está gastando menos, mas não deixou de vir”, afirma Paulo Tremarin, secretário do Turismo do município.

De acordo com o estudo do ministério do Turismo que mede a intenção do brasileiro de viajar pelo país nos próximos seis meses, o desejo de experimentar destinos nacionais é o mais alto dos últimos cinco anos, com 78%.

No período de janeiro a agosto, tanto o preço do dólar quanto a intenção de viajar dos brasileiros atingiram os maiores valores em comparação com períodos equivalentes dos três anos anteriores, com crescimento de 34,4% e 6,30% respectivamente, na comparação com 2014.

Alta procura

Rafael Espírito Santo, diretor do Cana Brava Resort, em Ilhéus (BA), afirma que o hotel teve ocupação média de 81% de janeiro a agosto. “A percepção é que estamos indo na contramão do que está acontecendo no país. Mesmo com a crise, muitas pessoas estão nos procurando. Tivemos um aumento na procura em torno de 30%”, diz.

Segundo o diretor, a expectativa é melhor para o segundo semestre, período tradicionalmente de maior movimento nos resorts brasileiros. “Já estamos com mais de 80% de toda a disponibilidade ocupada. Acredito que vamos ter uma das melhores temporadas do verão de todos os tempos”, afirma.

“Jeitinho brasileiro”

De acordo com Juan Pasquel, diretor de Marketing para a América Latina da Hoteis.com, o brasileiro não deixa de viajar, mesmo com a crise. “Ele muda o orçamento. Procura uma hospedagem mais em conta, encurta o tempo de férias, mas não deixa de viajar”, diz.

O executivo afirma que o crescimento neste ano do turismo doméstico para a Hoteis.com, site de reservas online de hospedagem do grupo Expedia, terá “um incremento grande, na casa de três dígitos”.

Eventos devem movimentar R$ 40 milhões em Curitiba

Curitiba recebe neste mês de setembro dez eventos de grande porte que prometem movimentar cerca de R$ 40 milhões e atrair 17 mil turistas, segundo o Curitiba, Região e Litoral Convention Bureau (CCVB), entidade mantida pela iniciativa privada para contribuir no desenvolvimento integrado da capital, região metropolitana e litoral.

A vocação da capital para o turismo de negócios e eventos não é de hoje. Por ano, somente o CCVB viabiliza a realização de 250 eventos desse tipo na cidade, como conferências, convenções, congressos e feiras comerciais.

“Curitiba tem muito potencial para esse tipo de turismo. A presença de grandes empresas fomenta viagens corporativas e convenções de grande porte na cidade”, afirma Tatiana Turra, diretora executiva do CCVB.

Gastos

Dados da entidade mostram que, atualmente, 48,8% dos turistas de Curitiba são de negócios e 42,2% são de lazer, mas a primeira categoria é a que mais gasta na cidade.

Segundo Tatiana, o gasto médio diário de quem visita a cidade a negócios é de R$ 437 e o tempo de estadia é de pelo menos três dias, contra R$ 266 diários do turista que está a passeio. (TBV)

Classes C e D viajam de ônibus e se hospedam na casa de conhecidos

Mesmo com a popularização das passagens aéreas e as redes hoteleiras comemorando o bom momento do turismo nacional, boa parte dos curitibanos com renda de até R$ 5 mil ainda utilizam o ônibus para viajar e ficam hospedados na casa de parentes, segundo pesquisa realizada pela consultoria Brain.

O levantamento mostrou que 57% dos curitibanos dentro dessa faixa salarial dão preferência ao ônibus na hora de viajar e 82% se hospeda na casa de amigos ou familiares. O avião é apontado como transporte aéreo mais utilizado por apenas 5% da população das classes C e D.

As praias e o interior do estado somam juntos a preferência da maioria. Ao todo, 44% dos curitibanos ouvidos desejam desbravar mais os dois destinos do que as praias e interior de Santa Catarina ou outros estados.

Apenas 26% dos entrevistados pela pesquisa fazem viagens turísticas pelo Brasil todos os anos. Enquanto isso, 61% afirmaram que raramente saem de Curitiba. (TBV)

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