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Fora da disputa pela Potash, a Vale tem planos ambiciosos para o setor de fertilizantes que devem passar também por novas aquisições de ativos nos próximos anos. As operações podem engordar o orçamento previsto para o setor, que soma US$ 12 bilhões até 2014. Com menos de três meses no grupo, o diretor executivo de fertilizantes da Vale, Mário Barbosa, admite que a mineradora está atenta ao atual cenário de consolidação no setor. "Existem empresas que nesse processo de consolidação vão ficando pequenas se não se juntarem a outras", afirmou. E completou: "Se aparecerem oportunidades que façam sentido, vamos sempre analisar."

Com perfil comprador, Barbosa esteve à frente da Bunge e da Fosfertil e arrematou quase uma nova empresa por ano. "Você sabe do meu passado. Eu comprei umas 14 empresas ao longo desses 15 anos", lembrou. Amigo pessoal do presidente da Potash, Bill Doyle, Barbosa acredita que entrar na disputa pela companhia canadense seria um "passo muito grande" para a Vale nesse momento. "Estamos falando de empresas de US$ 45 bilhões", lembrou. Este mês, a BHP Billiton fez uma oferta hostil de US$ 38,6 bilhões pela Potash.

Os controladores da empresa de fertilizantes consideraram que a proposta subestima o potencial de crescimento da companhia e recomendou aos acionistas não aderirem à oferta. Jornais canadenses informam que a Rio Tinto também estaria na disputa. O maior apetite das mineradoras por ativos de fertilizantes tem como pano de fundo a perspectiva de expansão da demanda mundial por alimentos. Barbosa, que acumula também a presidência da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), é taxativo ao falar que pretende colocar a Vale como a segunda no ranking mundial em quatro a cinco anos. Hoje, a mineradora ocupa a nona posição no segmento de potássio e a quinta em fosfato.

Histórico

A primeira tentativa da Vale de ter uma presença mais forte no segmento foi feita em 2009, quando a empresa negociou a compra da gigante americana Mosaic, avaliada na época em US$ 25 bilhões A operação não saiu do papel. Em maio deste ano, a Vale saiu às compras novamente e arrematou o controle da Fosfertil e os ativos da Bunge Fertilizantes no país. Os negócios somaram US$ 4,7 bilhões. Após esse período de consolidação, o diretor acredita que vão sobrar cerca de cinco grandes empresas no setor. Hoje esse número chega a 10 companhias. "Está caminhando para umas 4 ou 5. E a Vale vai ser uma dessas."

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