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Mineração

Lobão defende imposto

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu que o governo pode aumentar a taxação do setor de mineração, incluindo o imposto que incide sobre as exportações desses produtos. Ao ser questionado sobre essa possibilidade, Lobão respondeu: "Se a taxação atual estiver muito aquém da internacional, sim". Em seguida, ele frisou que o país tem taxas menores do que seus concorrentes internacionais. Lobão manteve o discurso que vem adotando desde que começou a falar sobre aumento de impostos e royalties para mineração e disse que o governo não pretende promover um aumento de alíquotas que comprometa a competitividade do setor. Segundo ele, os outros países cobram de 25% a 30% de contribuições e impostos sobre o seu minério, enquanto no Brasil essa taxação é de 18% a 19%.

Das agências

No mesmo dia em que anunciou um plano de investimentos de R$ 24,5 bilhões para 2010, o presidente da Vale, Roger Agnelli, ouviu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a empresa não deve "ficar sentada" e poderia investir mais na Colômbia. Após semanas de pressões por causa da insatisfação do Planalto com a administração da mineradora, Lula aproveitou um discurso para dezenas de empresários brasileiros e colombianos para mandar um recado ao executivo.Na companhia do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, em um seminário organizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Lula comentou que a Vale prevê investimentos da ordem de US$ 380 milhões na Colômbia. Ainda assim, disse Lula, a empresa teria condições de "fazer um pouco mais". O presidente prosseguiu: "Até o Roger sabe que a Vale do Rio Doce (sic) não pode achar que é grande e ficar sentada numa ca­­deira em sua sede. Tem que sair à rua e vender. É preciso disputar cada milímetro."

A fala do presidente foi feita apenas algumas horas antes de ele se reunir a portas fechadas com Agnelli, no escritório da Presi­dência da República em São Paulo. Na saída do encontro, Agnelli empenhou-se em demonstrar que as tensões entre a Vale e o Planalto estão sob controle.

"Procurei ficar quieto nesse processo todo até as coisas entrarem pelo menos no racional", disse o executivo, acrescentando que sempre teve uma boa relação com Lula e negando que corresse o risco de ser afastado do comando da empresa. "Eu, sinceramente, nunca tive nenhuma ciência de que ninguém quisesse me tirar. E nem sonhado eu tenho em termos de sair", disse.

Ele descreveu o anúncio como o "maior plano de investimentos de uma empresa privada na história do país". "A Vale, como empresa, sempre contou com o apoio do presidente", continuou Agnelli, sem disfarçar o incômodo com o noticiário sobre as pressões do Planalto para que a Vale se lance no mercado de siderurgia. "Nós já estamos em siderurgia. Hoje somos os maiores investidores em siderurgia no país, com projetos como estes que estou mostrando aqui, que estamos apoiando", continuou.

Ao apresentar o plano de investimentos, ele afirmou que a Vale apoia projetos siderúrgicos no Pará, Ceará, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

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