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São Paulo - Após anunciar um lucro recorde de R$ 30,1 bilhões em 2010, ancorado em grande parte no forte aumento de preços do minério, a Vale já prevê para o segundo trimestre um reajuste de cerca de 20% nos preços. E não descarta, por isso mesmo, resultados ainda mais expressivos para este ano.

Segundo o diretor executivo de finanças e de relações com investidores da Vale, Guilherme Cavalcanti, se a tendência de preços elevados de minério continuar, a empresa pode ter novos resultados recordes em 2011. O executivo ressaltou que a oferta de minério continuará restrita nos próximos três ou quatro anos. Isso favoreceria a manutenção dos preços em patamares superiores aos registrados no ano passado.

O ganho da Vale em 2010 foi o maior já registrado por uma companhia privada no país. Foi também o terceiro maior da história brasileira, atrás apenas do ganho de R$ 35,2 bilhões da Petrobras no ano passado (leia mais nesta página) e dos R$ 32,9 bilhões da mesma Petrobras, em 2008. Além disso, foi o maior lucro já registrado por uma empresa de mineração, de acordo com a companhia. A receita operacional, de R$ 85,3 bilhões, também foi recorde para a Vale.

Os números da mineradora, acima da expectativa de boa parte dos analistas, agradaram os investidores, que fizeram as ações subir mais de 2% no início do pregão de ontem na Bovespa. Bancos e corretoras ressaltaram o cenário positivo para 2011 como justificativa para o potencial de valorização das ações da mineradora, mas salientaram que o investidor deve se manter atento ao comportamento dos custos de produção.

No quarto trimestre de 2010, os custos dos produtos vendidos (CPV) subiram mais de 50% ante igual período do ano anterior e 18% em relação ao terceiro trimestre. Em seu balanço de resultados, a companhia disse que as pressões de demanda por mão de obra, equipamentos, peças sobressalentes, serviços de engenharia e outros insumos são a contrapartida ao forte crescimento da demanda e a elevação consequente dos preços de minérios e metais, já que as mineradoras passam a operar a plena capacidade e a investir na construção de capacidade adicional.

Segundo o diretor executivo de marketing, vendas e estratégia da Vale, José Carlos Martins, o grupo estima que seus custos na produção de minério, na verdade, devem cair no futuro, especialmente graças aos novos projetos que devem entrar em operação, com novas tecnologias. Segundo Martins, enquanto os custos da empresa devem recuar, os dos concorrentes, especialmente os situados na China, devem subir. Entre os motivos, ele apontou a tendência de valorização da moeda chinesa e a inflação em alta naquele país.

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