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A mineradora Vale poderá vender os supernavios que encomendou na Ásia sob a condição de fechar contratos com os compradores para arrendar estas mesmas embarcações. A companhia manterá a estratégia de fugir dos elevados preços à vista de frete no mercado internacional, garantindo contratos de longo prazo para transporte de minério, disse nesta terça-feira (20) o diretor executivo de Ferrosos e Estratégia da Vale, José Carlos Martins. O executivo reiterou que a Vale prefere contratos de longo prazo para transporte a ter uma frota própria. "Só partimos para construir esses navios quando não conseguimos a opção do armador", afirmou a jornalistas durante teleconferência. Nunca houve intenção, por parte da Vale, de ser dona de navios e a possibilidade de vender as embarcações sempre existiu, acrescentou. A Vale já possui contratos de arrendamento para um total de 16 navios gigantes, conhecidos no mercado como Valemax. Outros 19 navios gigantes foram encomendados para serem inicialmente da própria Vale, num total de 35 embarcações do mesmo porte. Dos que a Vale decidiu construir diretamente, 12 serão construídos na China e outros sete na Coreia. As encomendas integram a estratégia da Vale para reduzir custos de frete no mercado internacional, considerando que a maior parte do minério que exporta do Brasil tem a Ásia como destino - e a distância é uma desvantagem em relação a suas concorrentes. A estratégia de substituir navios contratados no spot por embarcações próprias ou contratadas no longo prazo foi iniciada há alguns anos pelo ex-presidente Roger Agnelli, quando os valores começaram a afetar a competitividade da companhia. O presidente atual da Vale, Murilo Ferreira, admitiu a possibilidade de vender as embarcações depois que a China, o principal destino do minério da Vale, começou a impedir a entrada dos navios em seus portos. Oficialmente, o país alegava que o tamanho das embarcações poderia causar algum dano ao país, mas o mercado avalia que a China não abre mão do controle do mercado de transporte no seu território. Como alternativa, Martins afirmou que a Vale poderá aportar em portos de países vizinhos, como a Malásia, onde a companhia investe em operações portuárias. A Vale pode começar a operar um centro de distribuição de minério de ferro nas Filipinas no começo do próximo ano, dois anos antes em relação a uma unidade similar na Malásia, segundo uma fonte disse à Reuters.

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