• Carregando...

Após um janeiro considerado surpreendente em termos de vendas, o setor varejista acredita que vai manter a trajetória de crescimento neste primeiro trimestre. Segundo redes com presença representativa nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, após um fevereiro mais fraco, a demanda se mantém aquecida em março, com vendas 10% superiores sobre o mesmo mês do ano passado.

Algumas redes avaliam, inclusive, que foram cautelosas demais no fim do ano e só não venderam mais por falta de produto. O maior otimismo nas vendas começa a estimular a retomada da produção de alguns bens de consumo duráveis destinados ao mercado interno, o que, na avaliação de especialistas, pode enfraquecer o processo de demissões da indústria em alguns segmentos.

O economista sênior do BES Investimento Flávio Serrano afirma que os ganhos em termos de renda dos últimos anos vêm sustentando a evolução das vendas do varejo, mesmo com a piora registrada desde o início da crise no mercado de trabalho. "Com a correção dos estoques, na margem pode ocorrer uma retomada da atividade, não muito acentuada, mas razoável", diz.

No varejo de eletroeletrônicos, eletrodomésticos e móveis, depois do fraco movimento de fevereiro, as vendas retornaram em março. Segundo Gilson Bogo, gerente comercial da Berlanda, rede com mais de 100 lojas na região Sul, estão "faltando produtos em março" e a recomposição dos estoques se acelerou desde o início do mês. As encomendas estão concentradas em produtos da linha branca, como geladeiras e fogões, informática e móveis. A previsão dele é de que o faturamento cresça 12% em março sobre o mesmo mês do ano passado.

A Lojas Cem deve encerrar março com um crescimento no faturamento bruto de 15%, segundo o supervisor de vendas da empresa, Valdemir Coleone. "A reposição dos estoques está ocorrendo normalmente, em linha com a perspectiva de aumento das vendas prevista para este mês", diz. Em janeiro, o faturamento da rede cresceu 13%, enquanto em fevereiro houve recuo de 1%.

O economista da MCM Consultores Associados Sergio Castelani afirma que, comparado a outros setores, o varejo não registrou "grandes quedas". Diante dos números de janeiro da Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a consultoria revisou para cima sua projeção de crescimento no volume das vendas do varejo de 2009 de 4,2% para 6,5%.

Já para o especialista em bens de varejo Eugênio Foganholo, o setor, de forma geral, terá um primeiro trimestre positivo. A preocupação, em sua opinião, é com o acúmulo de desempregados desde o início da crise, que poderia afetar o desempenho do varejo a partir de abril. "Sem a perspectiva de empregabilidade, a capacidade do consumidor em contrair novas dívidas pode recuar", diz.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]