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O comércio varejista do Paraná vendeu 2,89% mais em quantidade de produtos em 2006 na comparação com 2005 – resultado bem inferior à média nacional, que registrou alta de 6,2%. A maior oferta de produtos e crédito para equipamentos de informática, produtos industrializados de consumo em geral e eletrodomésticos foi o principal fator positivo, enquanto os combustíveis puxaram o índice para baixo.

Para o técnico Nilo Lopes de Macedo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão que realiza a pesquisa, o resultado paranaense está intimamente ligado à crise da agricultura que afetou a safra do ano passado, somada à queda de faturamento do interior do estado com carne (devido aos casos de aftosa no Paraná e gripe aviária na Ásia). "Porém, dado o cenário dos anos anteriores, em que apenas 2004 apresentou crescimento significativo, crescer quase 3% significa um início de recuperação", diz.

Como a receita obtida com a venda no varejo cresceu mais do que o volume de produtos, alcançando 4,9%, o IBGE calcula que houve uma inflação nos preços do varejo paranaense de 2%.

Os equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação lideram a lista de crescimento de vendas, com 51,5% mais produtos vendidos e faturamento 38,5% maior. "A participação desse segmento nas vendas vem aumentando com o incentivo do financiamento e a queda na cotação do dólar, que impulsionou importações", avalia o economista da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Vamberto Santana. A concorrência derrubou o preço dos microcomputadores, laptops e impressoras no ano em cerca de 10%.

O vice-presidente da associação das empresas do setor (Assesspro), Mauro Sorgenfrei, lembra que mais lojas passaram a vender equipamento de informática, como varejistas de eletrodomésticos. "Está ocorrendo o mesmo que com os celulares em anos anteriores", diz.

Além de o item deter o maior crescimento do varejo no estado, parte do faturamento com informática é incluída no item "hiper e supermercados", que obteve crescimento de 5,9% em volume e 5,2% em receita no ano passado.

Já entre as empresas industriais que produzem os equipamentos, Sorgenfrei aponta estagnação. "O varejo cresceu muito mais do que o nível de produção industrial, o que é explicado pela entrada de produtos importados no mercado", analisa o economista da consultoria Uptrend Thiago Davino. A exemplo dos microcomputadores, que baratearam com a entrada de mais equipamento e peças de fora do país, a venda de calçados, têxteis e móveis também cresceu, embora a produção destes setores tenha permanecido estável.

O segundo maior crescimento no varejo foi registrado pelos artigos de uso pessoal e doméstico (16,1%), que incluem material esportivo.

A maior retração no varejo do estado ficou com o segmento de combustíveis e lubrificantes (-16,4%), afetado pela crise do agronegócio, que derrubou a demanda por diesel. No país também houve queda, mas menor, de 8%. Estagnada nacionalmente, a venda de livros, jornais, revistas e artigos de papelaria caiu 7,7% no Paraná, o que é considerado efeito do boom tecnológico.

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