• Carregando...
Vendas de supermercados continuaram aquecidas, mas cresceram menos de junho para julho | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Vendas de supermercados continuaram aquecidas, mas cresceram menos de junho para julho| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Rio e São Paulo - O comércio varejista cresceu pelo terceiro mês consecutivo em julho, mas reduziu o ritmo de alta em relação aos meses anteriores. Segundo informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), depois de avançar 1,5% em maio e 1% em junho, o volume de vendas subiu 0,4% no mês seguinte. Para o estrategista-chefe do Banco WestLB do Brasil, Roberto Padovani, o resultado comprova a redução do ritmo de crescimento da economia em relação ao início do ano. O que, no entanto, não indica que a trajetória de crescimento esteja sendo revertida, avisou o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Nilo Lopes.

"Os dados em 12 meses, que ilustram melhor a tendência de longo prazo, mostram que ainda há fôlego de crescimento no comércio", disse Lopes. No período de 12 meses até junho, o varejo acumulou expansão de 9,7%, ante 9,3% em junho e 8,8% em maio. Segundo Lopes, o comércio varejista prossegue beneficiado por fatores como aumento da renda, expansão do crédito e, sobretudo, continuidade na elevação da massa salarial, impulsionada pelo emprego. "O nível de ocupação é muito importante para o comércio, mais do que a variação do rendimento", afirmou. Aumento ainda mais intenso foi registrado na comparação de julho de 2010 com o mesmo mês de 2009: a variação foi de 10,9%, segundo o IBGE.

Padovani concorda ao ressaltar a importância da informação, que, para ele, é um dos fatores que indicam menores riscos inflacionários para o próximo ano. "A questão sobre a economia brasileira não é se vamos crescer ou não, mas qual será o ritmo deste crescimento, pois isso traz implicações para a condução da política monetária", disse Pa­­dovani. "O que ficou claro com os dados do segundo trimestre e, agora, com este dado de hoje [ontem] que faz parte do terceiro trimestre, é que o ritmo foi alterado. A economia continua forte e robusta, mas o ritmo de crescimento está se alterando", explicou.

Para os próximos meses, Padovani prevê que a indústria passe por um período de redução de estoques, com comércio fortalecido. "Acredito que haverá ainda muitas promoções no setor e isso deve manter o comércio aquecido", afirmou. Ele manteve a projeção de que as vendas no comércio varejista crescerão 9,5% neste ano, ante uma expansão de 5,9% em 2009.

Lopes, do IBGE, disse que o segmento de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, de maior peso na pesquisa mensal de comércio do IBGE, respondeu sozinho por 5,3 pontos porcentuais do aumento de 10,9% apurado nas vendas do varejo em julho ante igual mês de 2009. Nessa comparação, as vendas desse grupo registraram alta de 11%. Ele disse que os supermercados estão sendo beneficiados pela queda nos preços dos produtos alimentícios.

Para o técnico, a forte desaceleração no resultado desse segmento, ante mês anterior, em julho (0,1%) em relação a junho (1,5%) deve refletir apenas uma acomodação. "Os resultados ante o mês anterior são muito voláteis e é difícil encontrar uma explicação para essa perda de ritmo", disse. Considerando-se somente super e hipermercados, o ritmo de crescimento em relação ao mês anterior, que foi de 3,7% em maio, recuou para 1,9% em junho e 0,2% em julho.

Entre as dez atividades monitoradas pelo IBGE, o maior aumento apurado nas vendas em julho ante igual mês de 2009 foi registrado em equipamentos de escritório e informática (20,3%). Na sequência, aparecem materiais de construção, com alta de 14,9% sobre julho do ano passado, e veículos (14,6%).

Paraná

As vendas do comércio paranaense cresceram 10,3% em relação a julho de 2009 e, no acumulado dos sete primeiros meses de 2010, exibem expansão de 10,8%. Em ambos os casos, o resultado estadual é ligeiramente inferior ao nacional, cujas altas foram de 10,9% e 11,4%, respectivamente.

Entretanto, se considerado o "comércio varejista ampliado", índice do IBGE que também inclui as vendas de materiais de construção e veículos, o varejo do estado cresceu 15,4% em julho e 12,9% no acumulado do ano, frente a avanços médios de 12,3% e 11,8% em todo o território brasileiro.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]