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Selinhos “junte e ganhe” viram digitais e poderão ser compartilhados
| Foto: Patrícia Basilio

Uma estratégia simples e antiga para fidelização de clientes voltou com toda força no varejo brasileiro nos últimos dois anos: a oferta de selinhos que podem ser trocados por artigos de cozinha. Os supermercados Pão de Açúcar acabam de levar a “febre” ao campo digital, colocando em teste a distribuição dos mini cupons pelo aplicativo da marca em Curitiba.

“O selinho virou algo lúdico num momento em que empresas falam em transformar o varejo em uma experiência. Ele também é uma moeda de troca eficiente, uma vez que o consumidor gasta um pouco mais para ter um produto de valor agregado que não está na lista de prioridades dele”, aponta Beatriz Ramos, CEO da BrandLoyalty no Brasil, multinacional holandesa que desenvolve a campanhas de fidelização para grandes varejistas, como o próprio Pão de Açúcar, a Coop e o Super Muffato.

O Brasil representa o quinto país em faturamento da multinacional holandesa, que está presente em 70 países. Desde 2012, a BrandLoyalty movimentou 1,2 bilhão de selos e mais de 1 milhão de toneladas de produtos importados no país. “As campanhas são um álbum de figurinhas da dona de casa”, compara Beatriz, ao comemorar o crescimento de 75% da unidade brasileira em 2018.

No Pão de Açúcar, os selinhos começaram a ser oferecidos em 2017, em comemoração ao aniversário da marca. Desde então, já foram realizadas seis campanhas, nas quais foram distribuídos 380 milhões de selos e resgatados 4 milhões de produtos. Mas a rede pretende ir além: está testando este mês nas lojas de Curitiba um projeto piloto com adesivos e cartelas virtuais pelo aplicativo “Pão de Açúcar Mais”.

Selos compartilháveis e sustentáveis

“As campanhas agora vão permitir o compartilhamento de selos digitais entre amigos e familiares pelo aplicativo e agregar uma característica sustentável, uma vez que dispensam o uso de papel”, destaca Othon Vela, diretor de marketing da rede supermercadista.

Segundo Vela, o projeto-piloto tem duração até janeiro de 2020, quando serão realizadas análise de desempenho e aceitação da nova tecnologia. “Por enquanto, o nível de engajamento avaliado em Curitiba tem sido bastante positivo, mas ainda estamos no período inicial da campanha. Seguiremos com o monitoramento para tornar a experiência cada vez melhor e mais assertiva”.

Os selinhos voltaram a ser populares não só nos supermercados, como também em redes de fast-food e varejistas de moda.

Em uma viagem para a Argentina, a economista Nara Iachan, 29, descobriu que os vales ainda eram utilizados na América Latina como estratégia de fidelização e aumento do ticket médio do comércio. Foi então que ela decidiu desenvolver uma solução digital para o troca-troca de papeizinhos: criou a startup Cuponeria em 2011.

“Fiquei na dúvida se os cupons dariam certo no Brasil novamente. Por isso, criei um blog para discutir o tema e verifiquei que muitas pessoas sentiam falta dos descontos”, recorda Nara, cofundadora da empresa.

Agrada a lojistas e consumidores

Na avaliação da empreendedora, os vales deixaram de ser utilizados no país porque os brasileiros desconfiavam do desconto — achavam que o preço dos produtos era superfaturado antes da campanha. “Mostramos ao usuário que o cupom é bom. Quanto mais os clientes usam os cupons, mais os lojistas querem oferecer os descontos”, afirma.

Acelerada pelo Google no Vale do Silício (EUA), a Cuponeria possui 5 milhões de usuários, atende cerca de mil marcas — como Marisa, McDonald’s, Cinépolis e Carrefour — e emite em torno de 1 milhão de cupons ao mês.  Não à toa, a startup dobra seu faturamento a cada ano, garante a economista.

“Quando o usuário vai à loja estimulado pelo desconto, geralmente consome o dobro do que estava planejando com o cupom”, calcula Nara, que quer ampliar atuação da startup nas regiões Nordeste e Sul ainda este ano.

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