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Apesar de os painéis dos principais aeroportos do Rio e de São Paulo registrarem vôos cancelados para pelo menos dois destinos para os quais a Nova Varig se comprometeu a voar, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou na tarde desta quarta-feira que a companhia está cumprindo à risca a planilha de retomada da malha aérea.

Nessa terça-feira, a companhia se comprometeu a voar para oito destinos: Porto Alegre, Salvador, Recife, Manaus, Frankfurt, Buenos Aires e Fortaleza, além da ponte-aérea. Mas em São Paulo, por exemplo, entre as dezenas de cancelamentos pela manhã estavam vôos para Fortaleza e Buenos Aires.

A Nova Varig tem 30 dias para refazer sua malha de vôos, segundo prazo previsto no processo de recuperação judicial da empresa, disse a Anac.

Os passageiros continuam passando por problemas. O maior número de reclamações está entreaqueles que vêm do exterior e fazem escala em São Paulo. Uma peruana que voltava ao seu país natal vinda da África do Sul reclama estar há uma semana na capital paulista à espera de um vôo, tendo que arcar com despesas com hotel e alimentação.

Alguns funcionários também estão deixando de trabalhar. Com salários atrasados e os benefícios de alimentação e transporte suspensos há um mês, alguns sequer têm recursos para continuar no emprego.

- Meu pai está me dando dinheiro para eu conseguir vir - contava uma estagiária.

- Estou há um mês sem salário. Sei que vai ter demissão, então estou vindo, mas tenho colegas que estão faltando - contou uma funcionária do aeroporto internacional do Rio.

Nesta quarta-feira, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou a suspensão dos negócios com as ações da companhia, alegando que a empresa ainda não apresentou sua situação atual após o leilão ocorrido na última quinta-feira.

A empresa afirmou que está renegociando linhas de crédito para a recomposição de sua frota.

O prazo de 30 dias, durante o qual todos os vôos terão que ser normalizados, está valendo desde a última segunda-feira, quando foram depositados os US$ 75 milhões exigidos no processo de compra da companhia.

Nessa terça-feira, a Nova Varig operou com apenas sete aeronaves, concentradas na já bem coberta rota Rio-São Paulo.

A Fundação Procon de São Paulo informou que a Nova Varig poderá ser multada em um valor entre R$ 212,82 e R$ 3.192.300 por causa dos atrasos e cancelamento de vôos.

A empresa, de acordo com os fiscais do órgão de defesa do consumidor, está infringindo o artigo 48 do Código de Defesa do Consumidor, que trata do descumprimento de contratos.

Em visita nesta terça-feira ao aeroporto de Cumbica, o Procon constatou 11 irregularidades em vôos da Varig, sendo quatro em vôos nacionais e sete em internacionais.

No Rio, os passageiros que tiveram os vôos cancelados no aeroporto internacional do Rio na terça-feira reclamavam dos contratempos. Eles foram direcionados para outras companhias ou encaminhados, de táxi, por conta da Varig, ao aeroporto Santos Dumont para pegar a ponte aérea.

O professor Rafael Lima e a engenheira Adriana Linhares voltaram de uma viagem ao Canadá com um prejuízo de R$ 430 por causa da crise da empresa. O vôo partindo de Belo Horizonte fazia conexão em São Paulo, mas o trecho foi cancelado pela Varig e o casal teve que comprar por conta própria passagens de outra companhia para não perder o trecho para Montreal, feito pela American Airlines.

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