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A visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, à Rússia resultou em acordos de investimento de mais de 1,5 bilhão de dólares, mas uma mudança de longo prazo nos negócios entre os dois países vai depender da ampliação da imposição das leis pelo governo russo.

"Nós precisamos da confiança de que as coisas permanecerão estáveis, que as normas vão permanecer estáveis", disse aos repórteres Samuel Allen, presidente da fabricante norte-americana de maquinário agrícola Deere & Co., ao anunciar um investimento de 500 milhões de dólares na Rússia para os próximos 5 a 7 anos.

"Creio que no longo prazo é isso o que o governo russo tentará fazer, mas neste momento as coisas não estão tão estáveis como nós gostaríamos de ver. Isso às vezes nos faz hesitar", disse ele.

O encontro entre Obama e o presidente russo, Dmitry Medvedev, vai concentrar-se em conversações sobre redução do estoque de armas nucleares, suprimento de armas às forças da Otan no Afeganistão e criação de uma comissão conjunta para melhorar as relações comerciais entre os dois países.

Um avanço nessas conversas serviria como prova de que as duas partes querem "pressionar o botão de reset" -- expressão usada pelo governo norte-americano -- nas relações EUA-Rússia e ajudar a ampliar o comércio bilateral, que ficou em 36 bilhões de dólares no ano passado.

Além dos investimentos da Deere na Rússia, há também os da gigante dos refrigerantes PepsiCo e da fabricante de aviões Boeing.

"Se já temos sucesso no lado geopolítico, estamos para ver muito mais no que se refere a investimentos das empresas norte-americanas", afirmou Andrew Somers, presidente da Câmara de Comércio Americana na Rússia, em entrevista à Reuters nesta segunda-feira.

"Esperamos que o presidente Medvedev possa prosseguir com sua campanha permanente de melhorar a imposição da lei. Acho que este é o único inibidor ao investimento das empresas dos EUA, a sua preocupação com a questão das leis," disse ele.

Executivos dos Estados Unidos frequentemente se referem à fraqueza na imposição da lei, grande burocracia e corrupção como obstáculos essenciais para fazer negócios na Rússia. Eles devem levantar esses temas quando se reunirem com os dois presidentes na terça-feira, em um encontro de negócios paralelo à cúpula.

O secretário de Comércio dos EUA, Gary Locke, participará da reunião, ao lado de Obama e Medvedev, e de um jantar com dirigentes empresariais norte-americanos.

A PepsiCo informou nesta segunda-feira que elevará de 3 para 4 bilhões de dólares seus investimentos na Rússia nos próximos três anos.

A Boeing vai lançar na terça-feira uma joint venture com a maior produtora de titânio do mundo, a empresa russa VSMPO-Avisma, disseram fontes nesta segunda-feira. A nova empresa vai produzir de 700 a 900 milhões de dólares em titânio para 787 Dreamliner, planejado pela Boeing.

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