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A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência serviu para dissipar o risco eleitoral e abre espaço para a continuidade da valorização do Ibovespa, mesmo considerando que nesta segunda fechou em baixa de 2,43%, a 83.639 pontos, motivada pela realização de lucros.

O cenário é favorável, segundo especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo. Rafael Gad Passos, da Guide Investimentos, projeta um cenário de euforia até o Carnaval, quando deverão estar mais claras as perspectivas das reformas por parte do novo governo. Os primeiros nomes da equipe econômica devem ser divulgados ao longo desta semana. 

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Quem pode puxar este rali na Bolsa são as empresas estatais, do setor financeiro e de consumo e empresas com maior exposição à atividade doméstica, como as siderúrgicas Usiminas e CSN. 

Segundo ele, ações de empresas exportadoras são contraindicadas para o atual cenário, devido ao potencial de apreciação do dólar. Nesta segunda, a moeda americana fechou a R$ R$ 3,706. O Relatório Focus, do Banco Central, sinaliza o dólar a R$ 3,71 no final do ano. 

A projeção da Guide é de que o Ibovespa bata na marca de 96 mil pontos no final do ano, o que implicaria em uma valorização de 14,8% em relação ao fechamento desta segunda. E, em um cenário otimista, em que o dólar esteja na faixa de R$ 3,50 a R$ 3,60, o Ibovespa poderia avançar até o patamar de 105 mil pontos, o que sinalizaria uma alta de 25,5% em relação a esta segunda. 

Aplicação favorecida

Para Glauco Legat, analista-chefe da Spinelli Corretora, em um cenário de juros baixos – a taxa Selic está em seu mínimo histórico a 6,5% ao ano – e de gradual recuperação econômica favorece a aplicação de recursos na Bolsa de Valores.

O analista sugere a aplicação em papéis de empresas voltadas à demanda doméstica e mais cíclicas, como é o caso dos segmentos de consumo, bancos e construção civil. No primeiro caso, Legat sugere a Viavarejo. Entre os bancos, ele destaca o Itaú e o Banco do Brasil e entre as construtoras, a MRV. 

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A expectativa dele é de que o Ibovespa chegue ao final do ano atingindo a marca de 93 mil pontos.

Uma expansão para além desse nível dependeria de atrair mais recursos do exterior.  Segundo Legat, isto dependerá da credibilidade que o novo governo oferecer, como, por exemplo, a equipe econômica, uma atuação mais liberal e a adoção de medidas práticas, como, por exemplo, a reforma previdenciária e de políticas que possibilitem um maior crescimento da economia brasileira comparativamente à americana. As projeções divulgadas em outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que isto é factível a partir do próximo ano. 

Prazo de seis meses

Álvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais, avalia que ainda é cedo para definir quais serão os segmentos mais atraentes na Bolsa de Valores no governo Bolsonaro.

Ele acredita que será preciso esperar um período de até seis meses para que se possa compreender como vai funcionar a equipe econômica e qual vai ser o grau de “aderência” do novo presidente à mentalidade mais liberal de Paulo Guedes, o homem-forte da equipe econômica. 

“Neste período, também vai ser preciso avaliar os ajustes que o governo pretende realizar e a profundidade das reformas que pretende fazer.” 

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No atual cenário, o economista sugere que quem pretende direcionar recursos para a renda variável aplique em ações de empresas maduras, com boa governança e baixo endividamento. Ele indica empresas do segmento exportador e de commodities – como a Vale e a Petrobras -, de varejo – como as Lojas Renner e a Americanas - e o bancário privado – como o Itaú e o Bradesco.

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