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| Foto: STEFAN WERMUTH/REUTERS

A Volkswagen vai embarcar em um dos maiores recalls da história automotiva da Europa ao recuperar 8,5 milhões de carros movidos a diesel depois que autoridades alemães recusaram a proposta da montadora de reparos voluntários. O orgão regulador alemão (KBA, na sigla em inglês) exigiu o recall imediato de 2,4 milhões de carros na Alemanha. Enquanto isso, a fabricante suspendeu o quarto engenheiro sênior por suspeita de envolvimento no escândalo do software fraudador.

Falko Rudolph era chefe da fábrica de componentes em Baunatal, Alemanha, supervisionando o desenvolvimento de motores diesel entre 2006 e 2010. Ele é considerado o pai da transmissão de dupla embreagem da empresa. Outros três engenheiros já foram suspensos.

Promotores em Itália disseram nesta quinta-feira que estão investigando os gestores locais da Volkswagen e seu negócio de carros esportivos Lamborghini por suposta fraude.

Recall

A KBA disse que o recall envolvendo 2,4 milhões de veículos na Alemanha deve começar no início do próximo ano e será obrigatório, ou seja, motoristas não podem escolher se querem ou não levar seus carros para a manutenção. A Volks tem até o final do mês para criar um plano de correção para os veículos com motor 2.0 litros. Para os os modelos de 1.6 litros e 1.2 litros o prazo é até o final de novembro.

O órgão havia dito anteriormente que 2,8 milhões de veículos da Volkswagen continham o software fraudador que lhes permitiu saber quando os carros estão sendo testados e reduzir temporariamente as emissões de gases tóxicos. Porém, 400 mil deste total já não circulam mais e, portanto, não são alvo do recall.

A montadora alemã informou ainda nesta quinta-feira que faria o recall na Europa de 8,5 milhões de carros. A empresa estima que 8 milhões foram afetados na região, mas decidiu incluir no programa outros 500 mil para manutenção “voluntária” a fim de verificar se contêm o software fraudador.

Globalmente, até 11 milhões de veículos podem conter o dispositivo. O recall desta frota estaria entre os maiores da história por um único fabricante, e similar em escala ao recall de 2009-2010 da Toyota para 10 milhões de carros com problemas de aceleração. A montadora disse que pretende completar uma remodelação de todos os veículos afetados até o final de 2016, ressaltando que alguns recalls exigem reparos mais complexos e caros.

Alguns analistas estimam que o escândalo poderia custar Volkswagen quase € 35 bilhões para cobrir custos de reparação em veículos, multas regulatórias e processos judiciais.

O diretor presidente da Volks, Matthias Müller, disse a diretores da empresa nesta quinta-feira que a mudança na estrutura e cultura da empresa anunciadas na sequência da crise de emissões deve capacitar gerentes regionais para se tornarem mais autônomos em vez de que aguardar a sede em Wolfsburg tome decisões.

“O princípio básico pode ser resumido da seguinte forma: o grupo irá no futuro ser gerido de forma mais descentralizada, e marcas e regiões vão se tornar muito mais independentes”, disse Müller em uma reunião em Leipzig. “Nossos concorrentes estão apenas esperando que fiquemos para trás em matéria de tecnologia, porque estamos preocupados com nós mesmos. Mas não vamos deixar isso acontecer.”

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