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O Brasil não acompanhou o ritmo global de aberturas de capital de empresas e fechou 2014 com apenas uma oferta inicial pública de ações (IPO, na sigla em inglês), enquanto o mundo registrou um aumento de 35% no volume de companhias que entraram no mercado acionário.

Segundo relatório da consultoria Ernst & Young (EY), no ano passado foram realizados 1.206 IPOs globais, que captaram US$ 256,6 bilhões. No Brasil, o único negócio finalizado arrecadou R$ 348,7 milhões.

Para Maria Pinelli, vice-presidente global de Mercados Estratégicos da EY, 2014 foi bom para os IPOs globais, mas passou longe de ser um ano com quebra de recordes.

De acordo com ela, foi o melhor ano em número de empresas entrando no mercado desde a crise financeira de 2007, mas o último trimestre mais fraco que o esperado prejudicou o resultado final e a atividade não conseguiu chegar aos patamares pré-crise.

Mercado local

O mercado brasileiro de ações, por sua vez, foi impactado pelo cenário econômico doméstico e a corrida eleitoral, segundo o analista Luciano Cunha, sócio de Capital Markets da EY. Já 2015 começa com quatro ofertas de ações em análise pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM): T4U Brasil, Ouro Verde, JBS Foods e Azul.

Neste ano, a EY prevê um ambiente mais desafiador para os IPOs, com o FMI diminuindo suas estimativas de crescimento para a economia global e a volta da volatilidade do mercado.

Já no Brasil, a expectativa é que a mudança da equipe econômica, as novas regras emitidas pela CVM e a intensificação do Bovespa Mais possam resultar em um aumento no volume de ofertas para 2015, prevê Cunha.

Private Equity

Os fundos de Private Equity corresponderam por quase metade do valor total gerado pelos IPOs globais em 2014, melhor desempenho alcançado desde 2001. As 328 ofertas que tiveram apoio financeiro chegaram à marca dos US$ 124,4 bilhões, um aumento de 86% em relação a 2013.

Dos 129 IPOs em que houve abertura de capital em bolsas de países diferentes da sede da empresa, 52% foram realizados nos Estados Unidos. Londres correspondeu por 22% dos negócios, Austrália representou 9% e Cingapura recebeu 4% dos chamados "crossboarder deals"

Os três setores da indústria que mais tiveram empresas abrindo capital foram saúde, com 193 IPOs, seguido por tecnologia, com 167, e indústria, com 142.

Em termos de capital levantado, o setor de tecnologia foi o líder em 2014, impulsionado pela oferta do Grupo Alibaba. O segmento levantou US$ 50,2 bilhões no ano passado.

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