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Ficar em sala de aula por quatro horas ou mais é uma tortura para muitos estudantes, principalmente para a geração millennial (nascidos depois do ano 2000). É por esses e outros motivos que escolas ao redor do mundo têm incluído diferentes métodos de ensino ou mesmo mudado o formato de aprendizado. 

“Não é mais só falando e ouvindo que estudantes vão aprender", afirma Milena Fiuza, gerente pedagógica da Editora Positivo. “Por isso mudanças estão sendo exigidas, já que existem elementos mais interessantes fora do que dentro do colégio”, completa. 

Contudo, engana-se quem pensa que inovação tem a ver, obrigatoriamente, com tecnologia. Para ela, há diferentes maneiras de provocar os alunos e fazer com que eles comecem a pensar “fora da caixinha”. 

“Tarefas manuais, aquelas que fazem parte da cultura maker, ou seja, quando algo é feito com as próprias mãos, ou até mesmo jogos e situações desafiadoras, são técnicas que estimulam a criatividade e autonomia em diversos níveis", exemplifica.

Gazeta do Povo separou 9 exemplos inovadores – brasileiros e estrangeiros – para mostrar como é possível promover o ensino de diversas maneiras. Confira: 

Ensino por projetos - Bath (Inglaterra) 

Localizada na cidade inglesa Bath, a Bath Studio School possui alunos somente de 14 a 19 anos e investe em salas de aula com número reduzido para ter um ensino personalizado – e gratuito.

Sua missão está diretamente ligada com o futuro dos estudantes – por isso, conduz projetos práticos e empreendedores que reproduzem o que esses jovens encontrarão no mercado de trabalho. Além disso, fornece oficinas extracurriculares e testes vocacionais para ajudar aqueles que ainda estão em dúvida de qual carreira seguir. 

Serrotes e martelos em sala de aula - Paraparaumu (Nova Zelândia) 

Mesmo focada no ensino infantil, a escola Paraparaumu Beach, em Paraparaumu (Nova Zelândia), não teve medo ao implantar tarefas manuais consideradas perigosas para crianças. Utilizar serrotes e martelos por lá é comum entre os pequenos estudantes, que vivem próximos a Wellington, capital do país.  

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o aprendizado independente é uma prática corriqueira do colégio, mas também da educação geral na Nova Zelândia.

A cultura maker, já mencionada pela especialista Milena Fiuza, o fazer com que os alunos coloquem “a mão na massa”, é o forte das escolas neozelandesas. 

Quest to Learn - Nova Iorque (EUA) 

Estudar em um lugar onde jogos fazem parte da rotina seria o sonho de qualquer aluno: a Quest to Learn, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, utiliza games e tecnologia para mostrar novas percepções aos estudantes e estimular o raciocínio. 

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A grade curricular é toda baseada em jogos, graças a professores especializados na área e outros tipos de profissionais. Ou seja, crianças e adolescentes continuam aprendendo matemática, português, história, geografia e outras disciplinas, mas de uma forma diferente e criativa.  

NAVE - Recife (Brasil) 

O Núcleo Avançado em Educação (NAVE), localizado em Boa Viagem, Recife, oferece métodos de aprendizado sempre entrelaçados com tecnologia. A escola incentiva que os alunos sejam autônomos e criativos de diferentes maneiras para que, no futuro, consigam lidar com seus próprios negócios.  

Para aqueles que realmente gostam do meio digital, o NAVE dá a opção de cursos técnicos durante um período de três anos. O ensino faz tanto sucesso que jogos criados e programados pelos estudantes são baixados em todo o mundo e já passaram da marca de 600 mil downloads.

Meditação e ioga - Baltimore (EUA) 

A instituição de ensino fundamental Robert W. Coleman, em Baltimore (EUA), localizada em um bairro com famílias vulneráveis, promove aulas de meditação e ioga para os estudantes.

Segundo o diretor da escola, Carlillian Thompson, problemas disciplinares se tornaram raros após o projeto ser implementado. O programa foi feito há dois anos pela escola em parceria com a ONG Holistic Life Foundation. 

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Oferecer um ambiente mais calmo aos jovens foi a razão para criar a iniciativa, já que 80% dos alunos são de baixa renda. 

“Algumas das nossas crianças são moradoras de rua. Alguns vêm para a escola em situações em que não têm luz ou comida em casa. Eles veem crimes acontecerem nos seus bairros”, conta o diretor. 

Escola “democrática” - São Paulo (Brasil) 

O princípio da escola Politeia, em São Paulo, é que todos participem e deem suas opiniões sobre os assuntos de interesse geral. Modelo polêmico – a ideia de autoridade não tem sentido mais? –, mas elogiado por alguns educadores.

Por isso, existem assembleias nas quais os estudantes se reúnem para discutir regras de convivência, proporem atividades e passeios, além de maneiras para utilizar o espaço da melhor forma. 

Outro diferencial são as classes, que não são divididas por séries, mas sim por ciclos. Em cada uma há um grupo de crianças com idades parecidas e que são coordenadas por tutores, que avaliam o desenvolvimento dos alunos individualmente. Não há provas, somente trabalhos e pesquisas. 

Escola da Ponte - São Tomé de Negrelos (Portugal) 

O projeto português, bastante conhecido e também polêmico, também exige dos estudantes uma participação ativa e que foge do tradicional.

A autonomia é promovida entre as crianças e cada uma delas é tratada de forma individual. Segundo o site da instituição, por serem diferentes e terem dificuldades diversas, os professores são orientados a ajudá-las de maneira única.  

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Na escola da Ponte não há salas de aulas convencionais, mas sim espaços de trabalho onde são disponibilizados recursos para que os alunos estudem. A equipe docente também é formada por psicólogos e os professores são encarados como tutores, que avaliam as atividades do grupo pelos quais são responsáveis.  

Mais autonomia - Alto de Las Palmas (Colômbia) 

Mais que uma escola, o Colégio Fontán criou seu próprio sistema: o Fontán. Tendo como valores a autonomia e responsabilidade, a instituição diz ter sido necessário transformar a forma de educar.  

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Os alunos também seguem os próprios passos (e não como uma classe), podendo escolher as matérias e o horário que desejam estudar, então avançam conforme o progresso de cada um. São oferecidos ensinos pré-escolar, básico e médio, os quais também são ensinados por tutores.  

Escola “verde” - Bali (Indonésia) 

Já imaginou uma escola sem paredes e rodeada pela natureza? Assim é a Green School, em Bali, na Indonésia. A proposta é, acima de tudo, conscientizar os alunos sobre sustentabilidade. Segundo o site do programa, promover autonomia, alegria e descoberta aos estudantes são algumas de suas missões. 

Crianças de até 12 anos aprendem como agir de maneira correta ao cuidar do meio-ambiente e como isso surtirá efeito futuramente.

De acordo com a escola, eles se definem como uma grande comunidade de aprendizes que querem deixar o mundo mais sustentável.  

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