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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Disciplinas integradas

Escolas procuram inovar no ensino de Artes como forma de garantir o interesse dos alunos e estimular seu desenvolvimento. A Escola Palmares, por exemplo, tem aulas de circo e já ministrou oficinas de animação e robótica. Para os mais novos, existem as brincadeiras cantadas, que desenvolvem o repertório cultural por músicas e danças tradicionais, como o fandango. No Positivo, as disciplinas se integram, como a construção de um mosaico para ilustrar questões da Matemática ou escultura para imaginar uma personagem literária.

Na Escola Municipal Antônio Pietruza foi feito um trabalho sobre questões de identidade a partir da construção de bonecos. A escola oferece também outros programas como coral e banda.

  • Alunos da Escola Positivo: atividades específicas para cada faixa etária.
  • Aulas de circo estimulam o interesse dos alunos na Escola Palmares.

Este ano o ensino de Artes nas escolas comemora dois aniversários importantes: os 18 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente – que agora se torna adulto; e os 12 anos da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – que entra em sua adolescência. O primeiro institui o direito de acesso à cultura e lazer e o segundo torna a disciplina obrigatória em todas as escolas, estabelecendo ainda o nome Artes para o que antes era conhecido como Educação Artística.

Com esta mudança são acrescentadas novas linguagens artísticas ao currículo, incluindo aspectos culturais que vão além da simples aplicação prática. Joseane Araújo, coordenadora de Artes e Música das Escolas Positivo comenta que especialmente com a LDB, houve um ganho muito grande na educação. Além das atividades ligadas à disciplina, os alunos recebem ensinamentos musicais.

Nas escolas municipais, 110 minutos por semana são dedicados a atividades de teatro, dança, música e artes visuais. A importância da disciplina está no fato de que ela é fundamental para auxiliar no desenvolvimento de habilidades motoras, da capacidade de sociabilização e da saúde emocional da criança. Estimular o interesse, a autodescoberta e os limites são também outras vantagens que podem ser acompanhadas pela orientação de um professor.

Josilene Fonseca integra a equipe de Artes do Departamento de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba e explica que a disciplina leva em conta a apreciação, criação e execução das atividades artísticas. Um exemplo foi o festival com o tema Dança em Foco – Identidade em questão, em que professores e alunos pesquisaram a identidade a ser trabalhada e depois a coreografaram. Tanto questões culturais e sociais quanto as linguagens artísticas foram trabalhadas.

Preparação

Para as crianças, as aulas de Artes estão entre as preferidas, e a sua presença no currículo é vista como um período de descontração e de recreação. Este aspecto lúdico é fator importante, mas não o único, pois um dos maiores benefícios ainda é ajudar no desenvolvimento geral da pessoa. "A arte envolve a reflexão sobre o ser humano, e as habilidades desenvolvidas são utilizadas pelo resto da vida. Simples movimentos envolvem um trabalho de preparação que mais tarde vai ser necessário", diz Joseane.

Neste sentido, a escola cumpre papel fundamental por saber estimular o aluno de cada faixa etária. Segundo Yara Amaral, diretora pedagógica da Escola Palmares, cada fase do desenvolvimento tem materiais e técnicas próprias para serem trabalhadas. Com crianças mais novas, as brincadeiras são a melhor ferramenta: "O trabalho da criança é a brincadeira. É como ela aprende, se desenvolve. A escola e o professor têm o conhecimento para orientar e estimular esse desenvolvimento em cada etapa", conta Yara, completando que o ideal não é apenas oferecer o que é apropriado, mas o que interessa.

Trabalhar a arte não é tarefa apenas da escola. Na rede municipal, o professor possui certa liberdade para integrar escola e a realidade social: "Se existe algum artista na comunidade, por exemplo, o professor pode trazê-lo para escola, seja apenas para falar ou quem sabe organizar uma oficina", conta Josiele Fonseca.

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