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Alunos hostilizam professor Jefferson Saccol.
Alunos hostilizam professor Jefferson Saccol.| Foto: Reprodução/ Twitter

Parte da comunidade acadêmica da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) tenta, de diversas formas, destituir o atual reitor, Marcelo Recktenvald. Escolhido para a função pelo presidente Jair Bolsonaro, com nomeação em 30 de agosto deste ano, ele era o terceiro na lista tríplice enviada pela universidade após eleições internas.

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Depois de assembleias, reuniões e ocupação estudantil na reitoria, que durou cerca de um mês, os alunos ainda não desistiram de protestar contra a escolha de Recktenvald.

O mais recente alvo de insultos, registrados em vídeo publicado nas redes sociais, foi o professor Jeferson Saccol, que fez parte da equipe de transição do atual reitor.

Como mostra o vídeo, estudantes se organizaram em "corredor polonês" para hostilizar Saccol. "Fora oportunista! Fora Saccol!", gritam eles, enquanto o filmam e batem palmas. O professor também registra o episódio.

Procurado pela Gazeta do Povo, Saccol não atendeu ao pedido de entrevista. Mas ao portal Nd+ ele afirmou que, no início de sua aula, neste dia, foi provocado por alunos.

"Logo que cheguei na sala, um aluno tentou me afrontar, para que eu perdesse a compostura. Ficou fitando-me irradiando um certo ódio pelos olhos", disse ao Nd+. Os estudantes também teriam chutado a porta da sala de aula.

"Eu estava trabalhando, me capacitei com o doutorado para oferecer o melhor aos estudantes e à sociedade, esta que paga o meu salário", falou ao portal. "Infelizmente, fui impedido e minha aula, atrapalhada por um bando de arruaceiros mal intencionados e manobrados por aqueles que perderam suas boquinhas na UFFS".

Entenda o caso

Na última sexta-feira (20), cerca de 300 alunos que ocupavam o prédio da reitoria do campus em Chapecó, desde o dia 30 de agosto, deixaram o local. A comunidade acadêmica protesta contra a decisão do presidente da República, Jair Bolsonaro, de nomear Marcelo Recktenvald, 3º colocado na lista tríplice, como reitor da instituição.

Desde a nomeação de Recktenvald, docentes e alunos da universidade têm realizado manifestações e pedem a sua destituição.

Marcelo ficou com 21% dos votos na consulta realizada pelo Conselho Universitário (Consuni) da UFFS. O documento final enviado ao presidente, para que escolhesse quem iria nomear, apresentava Anderson André Genro Alves Ribeiro em primeiro lugar (54% dos votos), seguido de Antônio Inácio Andrioli (45%). Em 3º lugar, estava Recktenvald.

Membros do Conselho Universitário da UFFS pediram, através de carta, que o nomeado renuncie ao cargo. Eles alegam que a decisão de Bolsonaro "representa clara violação à autonomia da instituição e desrespeito para com a comunidade universitária".

De acordo com o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), após assembleia na última semana, docentes da UFFS afirmaram que podem entrar em greve caso Recktenvald não seja destituído. No próximo dia 30, o conselho fará uma sessão especial para "deliberação da proposta de destituição de Marcelo Recktenvald ao cargo de Reitor".

Universidade

Sobre o episódio envolvendo o professor Jefferson Saccol, a reitoria da UFFS enviou à Gazeta do Povo a seguinte nota:

"Serão realizados os encaminhamentos administrativos necessários, cumprindo os ritos já instituídos no âmbito da administração pública. A Reitoria da UFFS repudia atitudes de desacato a servidores públicos no exercício das suas funções."

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