• Carregando...
Grupos que lideraram manifestações pró-impeachment e estudantes convocaram entrevista coletiva para falar das ocupações nas escolas do estado. | Laura Beal Bordin/Gazeta do Povo
Grupos que lideraram manifestações pró-impeachment e estudantes convocaram entrevista coletiva para falar das ocupações nas escolas do estado.| Foto: Laura Beal Bordin/Gazeta do Povo

Diante do grande número de escolas ocupadas no estado do Paraná, alguns estudantes, liderados pelos grupos que pediam o impeachment de Dilma Rousseff, questionam a falta de diálogo dos colegas com todo o corpo estudantil no momento nas ocupações. De acordo com os estudantes, não houve debate sobre as questões que levaram às manifestações, como a Medida Provisória (MP) 746, que propõe uma reforma no ensino médio no país.

Laura Albertoni Fabro, de 15 anos, aluna do 1º ano do ensino médio do Colégio Estadual do Paraná (CEP), afirmou que não houve debate no momento da ocupação da instituição, desde o dia 7 de outubro. “São cinquenta pessoas falando por mais de 5 mil. Não houve discussão, fizeram tudo sem debate. Nós queremos ter aulas, o Enem está chegando”, disse. O Chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, chegou a afirmar que o Enem poderia ser suspenso no estado, o que foi negado pelo Ministério da Educação.

Número de escolas ocupadas sobe para 460 no Paraná

Movimento ainda não decidiu se irá aceitar o convite para conversar com o governador Beto Richa

Leia a matéria completa

Já o universitário Patrick Ignaszevski afirma que as ocupações estão sendo feitas não apenas por estudantes, mas por pessoas ligadas a partidos políticos. “Nós acreditamos que invadir as escolas não é a solução”, diz o universitário, que estuda em uma instituição privada que não foi ocupada. O estudante ainda pede um posicionamento firme do governador Beto Richa (PSDB). “O governo precisa chegar a uma solução. Postar vídeo nas redes sociais não vai adiantar”, questionou.

A professora de química Aline Mendes, que leciona no Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto, afirmou que há um grande prejuízo pedagógico diante da paralisação. “Nós chegamos a oferecer a última hora para o debate, o que não foi aceito. Não há mais tempo hábil de repor estas aulas”, comentou.

Representação e manifestação

Estes grupos, juntamente com os estudantes, realizaram uma coletiva de imprensa neste sábado (15) para informar que devem realizar uma representação contra a APP-Sindicato ao Ministério Público por considerar que a entidade incita as ocupações. Segundo Willian Rocha, do Curitiba Contra a Corrupção e Patriotas Paraná, o grupo reúne provas de que isso vem acontecendo dentro das escolas.

Rocha disse que o grupo marcou uma manifestação para o dia 23 de outubro, na Santos Andrade, no Centro de Curitiba, para questionar as ocupações, falar sobre o projeto Escola Sem Partido e cobrar uma posição “mais firme” do governo do Paraná. “Tem alunos que querem estudar. O governo precisa tomar uma posição, inclusive se for no uso da força policial”, afirmou.

Para APP, posição de grupos é autoritária

Para o presidente da APP-Sindicato, professor Hermes Leão, a atitude dos grupos colabora para a polarização de um debate que deveria ser de toda a sociedade. “É um gesto muito autoritário desta entidade. Essas medidas só impedem que o debate seja feito”, disse. Ainda de acordo com ele, a APP-Sindicato considera legítima a ocupação das escolas, mas diz que não há incitação para que os alunos participem das manifestações. “Vemos que há um caráter pedagógico quando estudantes se manifestam em defesa de direitos. Mas não há incitação de qualquer tipo”, concluiu.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]