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Divulgada nesta terça-feira (3), a pesquisa “Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica” revelou que a população crê que dois dos principais problemas que assolam o país, a violência e corrupção, tem relação direta com a baixa qualidade do sistema educacional. 

O percentual de brasileiros que apontam o nível qualitativo da educação como causa para a corrupção chega a 60%, enquanto que para a violência o índice é maior: 77%. 

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A percepção da relação entre baixa qualidade da educação e a violência é diferente de acordo com o grau de escolaridade do entrevistado. Quanto maior é a instrução, mais acentuada é a crença da ligação entre esses dois problemas. 

Para aqueles que possuem até a quarta séria do ensino fundamental, o índice de concordância é de 71% para essa relação entre educação e violência. O número é ainda maior para os entrevistados de nível superior: 82%. 

Quanto à ética, a visão de que o baixo nível educacional influencia no aumento da corrupção é compartilhada principalmente entre jovens entre 16 e 24 anos, com 70%. O menor indicador nesse item foi verificado entre os acima de 55 anos, com 56%. 

Repercussão

Para a presidente-executiva do Todos Pela Educação, Priscila Cruz, se torna urgente priorizar a educação como movimento estratégico do desenvolvimento de uma sociedade que convive diariamente com casos de violência e corrupção. 

“A pesquisa demonstra claramente que, tanto para o desenvolvimento do país quanto dos indivíduos, é urgente priorizarmos a educação em nosso projeto de nação. Em um ano tão estratégico, precisamos focar no que realmente interessa na educação por meio de um plano de ação implementado com continuidade e progressividade”, diz. 

“Bastam três gestões de real comprometimento político para darmos um salto de qualidade e, por consequência, de desenvolvimento”, acredita.

Problema

Para a maioria dos entrevistados, há falta de comprometimento do poder público com a educação: 77% acreditam que não existe engajamento dos governos com a qualidade do sistema educacional. 

Nesse sentido, segundo o estudo, 76% dizem que presidente, governadores e prefeitos têm “muita responsabilidade” no grau qualitativo da educação no ensino médio. 

Além disso, o problema não é a falta de recursos públicos para a educação: a questão está na má utilização das verbas, conforme responderam 81% dos entrevistados. Essa percepção tem consequência em outra: 66% discorda que o governo deveria aumentar impostos ou retirar dinheiro de outras áreas para destinar à educação. 

Sobre a administração dos colégios, 93% afirmam que o diretor deve ter formação específica de gestão. O mesmo profissional é tido por 84% como “muito responsável” pela qualidade da educação nas escolas.  

Enem e universidades pagas 

A utilização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é apoiada por 83% como critério para entrada no ensino superior nas universidades públicas em detrimento aos vestibulares tradicionais. O exame também é visto como positivo para o sistema educacional: 82% dizem que a prova auxilia na qualidade do nível do ensino médio. 

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Se por um lado o Enem é quase unanimidade entre os brasileiros, por outro, há demonstração de incerteza sobre a cobrança de mensalidades em universidades públicas: 46% acreditam que as graduações e pós-graduações deveriam ser pagas pelos alunos desde que o governo investisse mais na educação básica. Em 2013, apenas 37% tinham essa visão.  

Mesmo assim, 50% ainda discordam de eventuais cobranças aos alunos. Há quatro anos, a rejeição era um pouco menor, totalizando 49%.

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