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Descontentes com escolha de reitor na UniRio apresentaram faixa, em abril, durante a votação do colégio eleitoral com os dizeres: “Abaixo a intervenção bolsonarista. Que a comunidade acadêmica escolha”.
Descontentes com escolha de reitor na UniRio apresentaram faixa, em abril, durante a votação do colégio eleitoral com os dizeres: “Abaixo a intervenção bolsonarista. Que a comunidade acadêmica escolha”. Foto: Reprodução Facebook.| Foto:

O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta segunda-feira (17) o professor Ricardo Silva Cardoso para o cargo de reitor na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UniRio). A escolha está sendo chamada de “golpe” por seus opositores pelo fato de Cardoso não ter participado da “eleição” prévia, na verdade uma consulta à comunidade acadêmica.

É a primeira vez que isso acontece em duas décadas e está previsto na legislação. Nos últimos anos, apesar de a lei ser clara e prever a escolha de reitor por meio de lista tríplice formada em Colégio Eleitoral composto por 70% de professores, na prática o que tem ocorrido desde a aprovação da lei 9.192 de 1995 é que as instituições realizam “eleições abertas”, geralmente com um terço do peso dos votos dos alunos, um terço para funcionários e um terço para professores – e o conselho apenas confirma essa consulta interna.

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No caso da UniRio, as “eleições” (consulta prévia) realizadas em 7 de abril na universidade deram vitória a Leonardo Villela de Castro, que teve 72% dos votos válidos. No dia 11 de abril, no entanto, o Colégio Eleitoral da UniRio encabeçou a lista tríplice enviada ao Ministério da Educação (MEC) com o nome de Cardoso, que não tinha participado da consulta prévia.

A sessão do dia 11 de abril terminou com gritos de “é golpe” e com o cartaz “Abaixo a intervenção bolsonarista. Que a comunidade acadêmica escolha”. Na época, Villela de Castro, o mais votado nas urnas, classificou o ato como um desrespeito à democracia. “O estatuto de universidade prevê a consulta interna. O professor Ricardo desrespeitou nossa lei maior. Caso seja confirmado como reitor, ele vai ter muita dificuldade para dialogar com os conselhos e com os estudantes”.

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Ex-filiado ao PSOL é preterido na UFTM

Outra escolha polêmica de Bolsonaro, e que também veio publicada na edição do Diário Oficial da União desta terça-feira (18), foi a nomeação de Luiz Fernando Resende dos Santos Anjos para reitor na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Na votação realizada pelo colégio eleitoral da UFTM, em julho, Resende ficou em segundo lugar, com 24 votos. O mais votado foi Fábio Cesar da Fonseca, com 31 votos, que foi filiado ao PT dos anos 1990 até 2005 e do PSOL entre 2007 e julho de 2018.

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