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A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) divulgou um novo modelo de concessão de bolsas de pós-graduação.
Em fevereiro, a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) divulgou um novo modelo de concessão de bolsas de pós-graduação.| Foto: Gabriel Jabur / MEC

A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) confirmou, nesta sexta-feira (20), que não reduziu o número de bolsas de mestrado e doutorado com a publicação da Portaria nº 34 de 9 de março de 2020, como afirmam boatos nas redes sociais. Segundo a instituição, serão 84.786 bolsas em 2020, como estava previsto.

A instituição relembrou, por outro lado, que serão privilegiados os cursos de pós-graduação mais bem avaliados. Com as alterações da portaria, diz a Capes em comunicado em seu site, “cursos com notas mais altas, como os de excelência, receberão mais rapidamente um número maior de bolsas que, muitas vezes, estavam alocadas em cursos com nota mínima há vários anos”.

O novo modelo de concessão de bolsas

Em fevereiro, dando continuidade ao que já havia sido antecipado no ano passado, a Capes anunciou mudanças na forma como distribuiria as bolsas. O número de benefícios para cada curso será obtido segundo uma equação que leva em conta os seguintes itens:

  1. a qualidade do curso de acordo com a avaliação quadrienal de pós-graduação da Capes;
  2. o IDH do município em que a universidade está sediada;
  3. a média de estudantes que receberam o título de doutor ou de mestre no último quadriênio considerado pela avaliação.

Em entrevista para a Gazeta do Povo, na época, o presidente da Capes Benedito Aguiar garantiu que a implementação desse novo modelo será gradativa.

“Nenhum programa de pós-graduação terá impacto imediato muito grande com relação ao número de bolsas que tem hoje. Nenhum aluno que tem bolsa hoje será prejudicado ou terá sua bolsa interrompida”, afirmou.

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"Muita produção irrelevante”

Em setembro de 2019, o ex-presidente da Capes, Anderson Correia, apresentou dados afirmando que o Brasil mantinha ainda muita produção irrelevante, justificando assim a mudança na concessão de bolsas.

Usando dados da plataforma Web of Science, Correia questionou a qualidade da produção científica no Brasil. Hoje, o país ocupa a 13º posição em quantidade de pesquisas (571 mil papers), mas está apenas no 74º lugar em impacto científico, atrás de países como Chile, Argentina, Uruguai e Peru, que investem menos que o Brasil em pesquisa.

Na mensagem, ele frisou ainda que, “na mesma linha de raciocínio”, as universidades estão distantes dos primeiros lugares nos rankings internacionais. “No ranking QS [World University Ranking], por exemplo, nós temos pouco mais de 20 universidades entre as 1.000 melhores do mundo e apenas uma acima da 200ª posição”, afirmou. “Por que chegamos a essa situação? Por que todo investimento que foi feito não foi capaz de subir a nossa produção em qualidade?”, insistiu. No Twitter, Anderson também citou que o Brasil é só o 56º em colaboração da ciência com a indústria.

Hoje, 80% da produção científica no Brasil é produzida dentro dos cursos de pós-graduação que são avaliados e financiados pela Capes.

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