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Por muito tempo, a sala de aula consistia em um professor que tentava ensinar uma grande quantidade de alunos por meio de seu conhecimento e com a ajuda de livros didáticos. Esse foi o único modelo ao longo do século 20, mas conforme a tecnologia avançava em outras áreas e transformava a forma como as pessoas viviam, as escolas continuaram paradas no tempo. Isso contribuiu para que o nível de aprendizado nas instituições de ensino ficasse aquém do esperado. Contudo, o setor já começa a se abrir para a adoção de novos recursos e métodos para estimular o conhecimento de uma nova geração de alunos.

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Os indicadores refletem o atraso na adoção da tecnologia em salas de aula. De acordo com a Pesquisa TIC Educação, realizada pelo CGI.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil), apenas 22% das escolas urbanas brasileiras possuem um ambiente ou plataforma virtual de aprendizagem e apenas 44% dos professores utilizaram computadores e Internet para avaliar o desempenho de seus alunos. Isso significa que apenas uma a cada quatro escolas do país oferece estrutura para os alunos estudarem online e nem a metade dos docentes utilizam ferramentas para analisar os estudantes.

É preciso entender que atualmente estamos tentando ensinar uma geração de pessoas totalmente digital de forma analógica – o que explica a falta de motivação e resultados insatisfatórios nas salas. As pessoas têm habilidades e necessidades diferentes. O que conseguimos ao automatizar processos é justamente entender melhor e oferecer uma solução para o problema de cada indivíduo. Sem burocracia, o ensino torna-se agradável novamente e os estudantes irão realmente querer ir às aulas – e não apenas porque são obrigados.

Hoje, a tecnologia é necessária para transformar a educação que já existe – ainda que poucas instituições de ensino tenham vontade de implementá-la. A Realidade Virtual, por exemplo, permite uma imersão total do aluno dentro de uma aula específica, possibilitando que ele utilize o conhecimento adquirido em situações diversas dentro de uma determinada história no mundo virtual. Já conceitos como Inteligência Artificial e Big Data permitem a personalização do aprendizado da pessoa, oferecendo informações valiosas para corrigir ou melhorar alguma lição.

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A utilização dessas soluções tende a aumentar ainda mais nos próximos anos. A evolução da Inteligência Artificial, por exemplo, vai possibilitar aos estudantes que eles aprendam em qualquer lugar e situação. Entretanto, isso não reduz a importância dos professores. Com os recursos de IA, esses profissionais conseguem oferecer um melhor resultado para os alunos, atuando como consultores e facilitadores do conhecimento.

Com a tecnologia presente em quase todos os aspectos da nossa vida, é praticamente um caminho sem volta: ou a escola se adapta a esta nova realidade ou ficará para trás. As salas de aula precisam ser lugares interessantes e atrativos para os jovens – caso contrário, a aprendizagem ficará comprometida. Se a nova geração se informa, se diverte e se comunica com ferramentas digitais, já está na hora de aprender dessa forma também.

* Fabio Ivatiuk é CEO na Beetools

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