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Com uma aula online diária de 25 minutos de inglês que promete colocar o estudante para praticar desde a primeira conexão, a empresa japonesa Enpower quer repetir no Brasil o impacto que obteve em seu país de origem, onde já possui 400 mil alunos.

Criada pelo empreendedor Tomohisa Kato, 35, há oito anos, a empresa, que no Japão é chamada Rarejob, adota um modelo de aulas particulares apoiado em uma comunidade de 4.000 professores filipinos disponíveis via Skype, programa de ligações e videoconferência pela internet. Segundo Kato, a empresa busca facilitar a prática do idioma estrangeiro, algo que nem sempre é possível em uma escola de línguas tradicional em que são dadas poucas oportunidades de interação entre o professor e o aluno pelo o tamanho das turmas.

“Muitos brasileiros se perguntam por que não conseguem falar inglês de maneira fluente mesmo após ter aulas no ensino fundamental, médio e na universidade. Os japoneses têm o mesmo problema”, diz Kato. “Acho que é porque os brasileiros têm chances limitadas de praticar conversação. É como se você aprendesse a dirigir só com livros, sem nunca entrar em um carro”, compara.

Mas por que professores filipinos? Por dois anos, as Filipinas aparecem na ponta de um ranking internacional feito pelo grupo educacional britânico Pearson que mede a aptidão de inglês para negócios, com nota mais que duas vezes maior que a do Brasil. Além desse fator, existe uma questão econômica envolvida, mas a Enpower diz que as escolhas são feitas por motivações técnicas, em um processo rigoroso que acaba qualificando apenas 4% dos candidatos. “Todos os tutores possuem curso superior. Nós os selecionamos cuidadosamente e, se não tiverem paixão por ensinar, não importa o quanto de treinamento nós oferecermos porque não conseguiremos mudar seu comportamento”.

No Brasil, as aulas estão disponíveis entre 19h e 1h e das 7h às 13h. Por conta da diferença no fuso horário, os tutores não atendem durante o período da tarde. “Procuramos atender pessoas que levam uma vida agitada, que precisam de flexibilidade por não terem como se deslocar duas vezes por semana a uma escola. Elas podem ser estudantes ou profissionais, não importa”, diz Igor Inocima, 35, que comandará as atividades da empresa no país.

Além do aprendizado baseado na prática, Inocima cita a possibilidade de adaptar a aula às necessidades do aluno como diferencial em relação aos métodos tradicionais. Caso tiver uma apresentação para um cliente ou uma entrevista de emprego no dia seguinte, o aluno pode direcionar as atividades da aula para esse fim. “Se ele está inseguro e quer praticar, pode repassar toda a apresentação com o tutor, que aponta os erros”, exemplifica.

Toda a estratégia da Enpower é amarrada ainda por uma política de preços agressiva. Por aqui, o plano inicial com oito aulas mensais custa R$ 149, enquanto um mais intensivo, com duas aulas diárias, sai por R$ 399. A expectativa da empresa é superar os números do Japão, onde já faturou só em 2014 R$ 72,8 milhões.

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