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O ministro da Educação Abraham Weintraub.
O ministro da Educação Abraham Weintraub.| Foto: Gabriel Jabur / MEC

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou, em entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, que, dos 600 mil funcionários públicos na ativa no governo federal, 300 mil estão no MEC. Desses, 100 mil entraram nos anos em que o país era governado pelo PT.

Ele ainda confirmou a informação dada no lançamento do programa Future-se, em 17 de julho, que as universidades que aceitarem abrir suas portas para conseguir mais recursos na iniciativa privada terão de fazer contratos com organizações sociais, modelo usado, de forma bem-sucedida, no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA). No modelo de organizações sociais, os profissionais são contratos pela CLT.

"A folha de pagamento de todas as universidades cresce 8% ao ano, acima da inflação. Uma bomba-relógio. O Future-se é um caminho", disse Weintraub.

O ministro também desmentiu que os professores concursados seriam demitidos. Mas repetiu que, com o passar do tempo, as universidades que aderirem ao Future-se vão passar a contratar por meio da CLT e não mais por concurso público.

"As novas vagas (seriam) CLT, como é na Ebserh [Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares]. A pessoa vai ter estabilidade, vai ter tudo. O objetivo não é ser uma universidade privada, é pública. Na Ebserh, você não tem uma rotatividade tão grande".

O ministro também reiterou que a distribuição dos recursos entre as universidades vai mudar, privilegiando aquelas que apresentem melhores índices de gestão e gasto do dinheiro público, usando, por exemplo, o ranking de governança do Tribunal de Contas da União (TCU). Nele, 86% das universidades obtiveram nota abaixo de 5, em uma escala de 0 a 10.

"Pela primeira vez buscamos eficiência. Antigamente, falava: 'tem de mandar mais recursos para educação'. Hoje não. O objetivo é melhorar indicadores de educação. Mandou rios de dinheiro, bilhões, e não melhoramos os índices. As nossas universidades não estão bem ranqueadas", afirmou Weintraub.

"Um diploma hoje em uma universidade federal, da primeira à última mensalidade custa, na média, R$ 450 mil para o pagador de imposto. Na ponta do lápis, a relação custo-benefício não está boa para a sociedade. E é isso que eu vou mostrar, estou mostrando, e tem gerado um grande desconforto", continuou.

O ministro insistiu que o Future-se é uma alternativa viável para resolver a crise orçamentária das instituições de ensino superior. São previstos R$ 102,6 bilhões em incentivos para a captar recursos privados – como doações, parcerias com empresas, aluguel e venda de patrimônio público, 'naming rights' e uso da Lei Rouanet", disse.

Bolsas da Capes

O ministro também comentou sobre a redução de recursos para as bolsas de pesquisa pela Capes, com o objetivo de investir apenas em cursos de pós-graduação com as melhores notas.

"A demanda [por bolsas] é infinita. Todo mundo quer uma bolsinha. No Brasil, todo mundo acha que o dinheiro cai do céu. Na verdade, vem do pagador de imposto. O Brasil quebrou e agora temos de respeitar o limite orçamentário", disse.

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