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Elmer Vicenzi é o novo presidente do Inep, órgão responsável pelo Enem
Elmer Vicenzi é o novo presidente do Inep, órgão responsável pelo Enem| Foto:

Um delegado da Polícia Federal vai assumir a presidência do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais). O ministro da Educação, Abraham Weintraub, escolheu Elmer Coelho Vicenzi para presidir o órgão, responsável por estatísticas e avaliações da educação e exames como o Enem. A nomeação ainda não foi publicada no DOU, mas o MEC confirmou que ele será o responsável.

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O cargo estava vago desde a exoneração de Marcus Vinicius Rodrigues feita pelo ex-ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez. O afastamento de Marcus Vinicius se deu depois de uma das crises interna envolvendo a avaliação federal da alfabetização, que foi cancelada e depois retomada pelo ministério.

Vicenzi é delegado da Polícia Federal há 13 anos e é especialista em Direito Penal pela Escola Paulista de Direito. Ele tem MBA em Orçamento e Gestão Pública pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O novo presidente do Inep foi professor da Academia Nacional de Polícia e diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Enem 2019

O Brasil sofre de problemas estruturais graves na educação básica, mas, a curto prazo, um dos desafios do MEC é acabar com as dúvidas que pairam sobre a aplicação do Enem este ano.

Em resumo, são dois problemas: um deles de caráter ideológico e outro logístico.

O obstáculo logístico veio com a falência da gráfica RR Donneley, empresa que imprimia os cadernos de prova do Enem desde 2009 (ano em que se comprovou um “vazamento” das questões ocorrido dentro da gráfica antiga).

O fato causou apreensão, tanto para o Inep, órgão do MEC responsável pelo exame, quanto para os estudantes.

Para o Inep, a dificuldade está em encontrar uma empresa que ofereça as mesmas condições de segurança e distribuição das provas; para os estudantes, um atraso ou até o cancelamento do Enem reduziria as chances de entrar na universidade em 2020.

O Inep manteve o período de inscrições do Enem de 6 a 17 de maio e a expectativa é que cerca de 6 milhões de pessoas participem da avaliação. Aliás, o Inep está sem presidente desde que Vélez exonerou Marcos Vinicius Rodrigues.

O obstáculo ideológico está no fato de ter-se formado, dentro do Inep, uma comissão para avaliar a “pertinência” das questões que fazem parte do Banco Nacional de Itens do Enem, uma conjunto de perguntas para a prova classificadas de acordo com o grau de dificuldade.

Críticos vêm nesse grupo uma realização da promessa de campanha de Bolsonaro de acabar com a "ideologização" do Enem. O desafio de Weintraub é justificar esse trabalho. Abertamente em combate ao “marxismo cultural”, se conseguir tomar as rédeas do MEC, o novo ministro poderá limar questões que considere enviesadas.

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