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Hiperconectados, seguros de si e “empoderados”. O perfil da chamada Geração Z, dos nascidos entre 1994 e 2010, já mudou muito a forma como se faz educação, de acordo com um relatório publicado por pesquisadores do “Observatório de Tendências de Coolhunting Community”, na Espanha. Apesar disso, de acordo com o estudo, educadores e instituições não estão no mesmo ritmo das mudanças e, por vezes, continuam com a adoção de práticas obsoletas e inadequadas para formar as gerações que virão. Confira quais são as dez tendências identificadas em educação que devem inspirar as discussões sobre o ensino, de acordo com os pesquisadores:

1. Alunos “empoderados” (Power pupils)

Hoje, as salas de aula contêm os chamados “power pupils” (alunos “empoderados”), estudantes cada vez mais conscientes de suas capacidades e talentos. São confiantes, têm imaginação e não são passivos em sala de aula. O que os move é trabalhar com realização pessoal.

Para dar vazão frutuosa a essa tendência, é necessário apostar em três vertentes. A primeira delas diz respeito à necessidade de estimular os talentos das crianças o quanto antes (“before is better”). A segunda é o chamado “hackschooling”, a ação de acompanhar os alunos para que descubram logo a sua vocação profissional. A terceira seria a customização, que consiste em oferecer, de forma compatível com a idade, cursos modulares para que os alunos possam personalizar a sua educação em função das suas inquietações educativas.

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2. Felizes e saudáveis (Happy & Healthy)

Quanto maior o bem-estar mental e físico, melhores serão os resultados do ensino. Por isso, se a aprendizagem incluir diversão e entretenimento, ainda que seja séria e exigente, melhor. Nesse sentido, há em todo mundo estratégias para a redução de estresse, como a aplicação de aulas de filosofia, dinâmicas com jogos, iniciativas para melhorar a saúde dos alunos, entre outras, capazes de obter mais conhecimento com maior profundidade, sem traumas.

3. Aprendizagem contínua (Lifelong Learning)

Quem para de estudar, está fora do mercado. Está máxima, que sempre é atual, vem com força nos próximos anos e deve ser estimulada na educação. “O futuro do trabalho está marcado pela digitalização, a meritocracia e a automatização e, dessa forma, a aprendizagem por toda a vida se faz imprescindível para afrontar as mudanças cada vez mais rápidas do mercado laboral”.

Nessa linha, o estudo traz como manifestações dessa tendência a popularização dos cursos on-line, a realização de parcerias para obter novas tecnologias e sistemas de ensino.

4. Pequeno empreendedorismo (Lean Entrepreneurship)

Cada vez mais os alunos necessitam testar o quanto antes o desafio de realizar pequenas ações empreendedoras, para ter a experiência de lidar com todo processo, inclusive com sucessos e fracassos. Para isso, é necessário proporcionar aos estudantes a oportunidade de levar adiante algum projeto com poucos recursos, com excelência, a partir da análise de mercado, tendo em vista o preço de confecção, o valor de venda, etc., com lançamento no mercado real.

5. Artífice tecnológico (Techno-Craft)

O futuro contará com a criação de objetos e soluções por meio da tecnologia caseira. Isso desde a criação de conteúdo digital, até a fabricação de jogos, ferramentas, calçado e mobiliário com impressão 3D. Nesse cenário, de acordo com os pesquisadores, as instituições de ensino deveriam já estar preparando crianças e jovens para a programação e transformação do ambiente por meio da tecnologia.

6. Uso inteligente da tecnologia (B-Tech)

Muitos professores no mundo já utilizam lousas interativas, realizam estudo de casos em conexão com alunos de outras instituições e até de outros países, além de adotar outras mudanças na metodologia pedagógica a partir da tecnologia. A tendência agora, segundo o relatório, é usar todo esse aparato de forma mais inteligente. O texto cita vários aspectos em que é preciso usar melhor a tecnologia: primeiro, na comunicação e feedback rápido entre alunos e professores, na organização inteligente de dados provenientes de diversas fontes (os big data), na interação com centros de excelência das diferentes disciplinas.

7. “Gameficação”

Em voga em diferentes nações, a “gameficação” consiste em utilizar dinâmicas de jogos com o objetivo de conseguir atitudes e ações encaminhadas a um fim determinado e premeditado por aqueles que projetam essas dinâmicas. Como seu uso tem conseguido motivar e engajar os alunos, os games estão sendo utilizados em vários setores como formas de ensinar conceitos para os jovens, tais como sustentabilidade, estratégias de marketing, etc.

8. Cuidamos do mundo! (We care)

O número de empresas do chamado “quarto setor”, aquelas com fins sociais e ecológicos, mas que perseguem também benefícios econômicos, está crescendo. Preparar os estudantes para entender e atuar na dinâmica dessas organizações seria uma tendência na educação. Instituições como o MIT já desenvolvem projetos de transformação social, com o uso de tecnologia e autossustentáveis.

9. Mecenato popular (Crowd Power)

Para os pesquisadores, nunca como agora as pessoas estão se mobilizando para conseguir objetivos comuns: desde o financiamento de projetos até melhorar serviços públicos ou derrubar governos. A colaboração, dizem, é a nova maneira de entender a vida e as empresas. Tendo em vista que a colaboração é a única forma de crescer, esta é a mensagem que colégios e universidades devem transmitir em seus valores e aulas de formação.

10. “Ágora”

Como as praças principais das antigas cidades gregas, chamadas de “Ágora”, em que ocorriam discussões políticas, sociais e econômicas (o centro da opinião pública da época), as instituições de ensino devem abrir os seus muros para compartilhar estudos e ideias com empresas, setor público e outros representantes da sociedade. Isso já está acontecendo em muitas instituições de ensino superior no mundo, mas também no fundamental e médio, que criaram ecossistemas tecnológicos de colaboração e difusão de ideias de excelência entre todos esses setores.

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